
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) começaram a destruir materiais explosivos e esperam as primeiras libertações de rebeldes após a entrada em vigor do acordo de paz firmado com o governo do presidente Juan Manuel Santos, anunciou nesta sexta-feira o chefe negociador guerrilheiro Iván Márquez.
O governo Santos e as Farc firmaram na semana passada um acordo de paz, que foi renegociado para incluir propostas da oposição após a rejeição do pacto original, em um referendo.
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Na quarta-feira, o acordo foi aprovado pelo Congresso, e no dia seguinte começaram a correr os prazos para a implementação do pacto, incluindo os 30 dias para que os membros da guerrilha estejam concentrados em 27 pontos, onde progressivamente entregarão suas armas, sob a supervisão das Nações Unidas.
– Queremos continuar a marcha das estruturas insurgentes para zonas e pontos transitórios de normalização, mas a logística ainda não está pronta para recebê-los, apesar de que nestas zonas ocorrerá o processo gradual de entrega de armas com prazo delimitado – acrescentou Márquez.
O guerrilheiro explicou que nesta sexta-feira se ativou a "criação da agrupação política que (...) se ocupará de gerar condições para a aparição do novo movimento ou partido político legal oriundo das Farc após o fim do processo de entrega das armas", no prazo de seis meses.
Esta agrupação será a que designará os três representantes das Farc que estarão no Senado e os outros três na Câmara de Representantes como delegados – sem direito a voto – na discussão dos projetos de lei relacionados à paz.
Como parte do acertado, também entrarão em funcionamento uma mesa técnica de segurança e uma unidade de busca de desaparecidos.
Em cinco décadas, o conflito armado colombiano deixou 260 mil mortos, 60 mil desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados.