O cantor americano James Taylor cancelou um show previsto para fevereiro nas Filipinas como protesto contra as supostas execuções extrajudiciais cometidas dentro da violenta campanha antidrogas do presidente Rodrigo Duterte.
"Eu não penso na minha minha música como algo particularmente político, mas às vezes você é chamado a tomar uma posição política", escreveu o músico em uma mensagem divulgada no Twitter e Facebook.
"Que uma nação soberana persiga e puna, sob a lei, os responsáveis pelo comércio ilegal de drogas é, claro, compreensível, até recomendável", afirma Taylor, que chama a dependência das drogas de "flagelo" e "problema mundial".
"Mas as informações recentes das Filipinas sobre execuções sumárias de supostos delinquentes sem julgamento ou processo judicial são muito preocupantes e inaceitáveis para qualquer um que ama o estado de direito", completou o cantor.
Rodrigo Duterte venceu a eleição presidencial em maio com um discurso que prometia uma guerra antidrogas baseada na eliminação pura e simples dos traficantes.
Desde que Duterte assumiu a presidência, em maio, 5.300 pessoas morreram como parte da luta contra as drogas.
O governo rebate as acusações de execuções extrajudiciais e afirma que os traficantes morrem em confrontos com a polícia.
James Taylor, 68 anos, ganhou fama nos anos 1970 com canções como "Fire and rain" e "You've got a friend", sucessos em todo o planeta.
Em sua longa carreira, iniciada em 1968, recebeu cinco prêmios Grammy, o primeiro deles em 1971.
Em uma entrevista recente, Taylor contou sua luta contra a heroína durante a adolescência, antes de ser famoso.
Renen de Guia, diretor da Ovation Productions, empresa filipina que organizaria o show, disse que insistiu com Taylor para que ele mudasse de ideia.
O empresário não comentou a decisão do artista.
"É uma questão muito sensível e não quero falar mais nada", declarou à AFP.
O show de Taylor estava previsto para 25 de fevereiro em Manila.
* AFP
