
Todo ano, com a chegada do frio e a aproximação do Natal, o norte-americano Eric Schmitt-Matzen costuma vestir a roupa de Papai Noel e levar diversão para as crianças do Tennessee, no sudeste dos Estados Unidos. Desta vez, no entanto, o engenheiro mecânico de 60 anos atendeu ao último pedido de um menino de cinco anos com um doença rara, que morreu nos braços do idoso. Abalado com a história, Eric contou ao USA Today que chorou durante "todo o caminho para casa".
Antes da visita ao garoto, quando chegava em sua residência após mais um dia de trabalho, o "bom velhinho" recebeu a ligação de uma enfermeira relatando que uma criança "muito doente" estava no hospital e queria ver o Papai Noel.
– Eu disse (para a enfermeira): "ok, deixe-me colocar meus equipamentos". (Mas) ela falou: "não há tempo para isso. Venha agora" – recorda Eric.
Leia mais
Aumenta o número de jornalistas presos no mundo, aponta ONG
Uma criança morre a cada 10 minutos no Iêmen por desnutrição, aponta Unicef
Obama decide não divulgar relatório do Senado sobre torturas da CIA
Em 15 minutos, o homem chegou ao hospital e encontrou diversos familiares do menino. A mãe da criança comprou um brinquedo e pediu para que Eric entregasse ao pequeno. O Papai Noel, entretanto, avaliou a situação e pediu para que a família não permanecesse no quarto.
– Se eu enxergar vocês chorando, não vou conseguir fazer o meu trabalho – disse aos familiares.
Os parentes do menino, então, decidiram acompanhar o encontro olhando por uma janela no corredor da Unidade de Cuidados Intensivos do hospital.
– Quando entrei (no quarto), ele estava deitado ali, tão fraco que parecia estar pronto para adormecer. Sentei-me na cama e perguntei: "Diga, que história é essa que eu ouvi de que você vai perder o Natal? Não há como você perder o Natal! Porque você é o meu elfo número um!" – disse ao garoto.
– Eu sou? – retrucou o menino, recendo a confirmação do homem de barba comprida.
Eric entregou o presente para o menino que, de tão fraco, "mal conseguia abrir o papel do embrulho". Assim que percebeu o que havia dentro da embalagem, o garoto sorriu.
– Eles dizem que eu vou morrer. Como eu poderei saber para onde estou indo? – indagou o menino.
O Papai Noel perguntou se podia receber um "grande favor" do menino, que concordou.
– Quando você chegar lá, você falará que é o elfo número um do Papai Noel e eu sei que eles vão deixar que você entre – consolou.
Sem tempo para falar mais qualquer coisa, a criança acabou falecendo após ser abraçada pelo Papai Noel. Rapidamente, os familiares entraram no quarto. Todos começaram a chorar.
– Passei quatro anos no exército, já vi a minha parte (de acontecimentos). Sei que as enfermeiras e os médicos veem coisas assim todos os dias, mas não sei como podem suportar isso – conta Eric.
A morte do menino quase afastou o homem da tarefa que faz a cada ano. Mesmo assim, ele encontrou forças para mais um trabalho e refletiu sobre a função.
– Vi aquelas crianças rindo e elas me trouxeram de volta. Me fizeram perceber o papel que preciso assumir, por elas e por mim – disse.