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Após divulgar no Twitter uma mensagem em que defende o investimento maciço na capacidade nuclear dos Estados Unidos, o presidente americano eleito, Donald Trump, explicou que sua mensagem significa "que deve haver uma corrida armamentista".
– Que haja uma corrida armamentista – respondeu o magnata à rede de TV americana NBC nesta sexta-feira quando questionado sobre o significado das afirmações.
Na quinta-feira, Trump escreveu na rede social que o mundo precisa "cair em si" em relação às armas nucleares.
"Os Estados Unidos devem fortalecer e expandir fortemente sua capacidade nuclear até que o mundo caia em si em relação às armas nucleares", tuitou Trump, sem explicar o que ele quis dizer exatamente.
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O comentário marca uma ruptura em relação à retórica do presidente Barack Obama, o qual, em seu famoso discurso em Praga em 2009, pediu a eliminação das armas nucleares.
O tuíte de Trump aparece um dia depois de seu encontro com um grupo de oficiais de alta patente do Pentágono, incluindo o vice-almirante James Syring, que dirige a Agência de Defesa de Mísseis. A agenda foi dedicada ao corte no orçamento de vários programas militares.
As declarações do americano também vêm no mesmo dia em que o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou às forças armadas de seu país que reforcem o arsenal nuclear.
Atualmente, os Estados Unidos contam com um arsenal de cerca de 7 mil ogivas nucleares, pouco atrás da Rússia, que tem algumas centenas a mais. O Pentágono quer substituir ou modernizar as três pernas de sua "tríade": uma força de ataque nuclear que inclui os mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs, na sigla em inglês), submarinos e bombardeiros. Especialistas estimam que isso representará pelo menos US$ 1 trilhão nos próximos 30 anos.
Durante os debates da campanha à presidência, Trump foi incapaz de dar detalhes, ao ser questionado sobre qual seria sua prioridade para a "tríade" nuclear, afirmando apenas que "o poder, a devastação é muito importante".
– Acho que precisamos de alguém em quem possamos confiar totalmente, que seja totalmente responsável, que realmente sabia o que ele, ou ela, está fazendo. Isso é tão poderoso e importante – afirmou na época.
– O maior problema que nós temos hoje é nuclear, proliferação nuclear, e ter um maníaco, ter algum louco que vai lá e consiga uma arma nuclear. É isso que, na minha opinião, é o único grande problema que o nosso país enfrenta agora – completou.
*AFP