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Os britânicos começaram a ir às urnas, nesta quinta-feira (8), para eleições legislativas que terão reflexo direto nas negociações do Brexit em um ambiente de ameaça terrorista.
Apesar de ainda serem apontados como favoritos pelas pesquisas, os conservadores da primeira-ministra Theresa May perderam a grande vantagem que tinham, de mais de 20 pontos, frente aos trabalhistas de Jeremy Corbyn.
Em Londres, Birmingham, Manchester, Liverpool e Glasgow, as assembleias de voto abriram às 7h (3h pelo horário de Brasília) e fecharão às 22h (18h de Brasília) em um país abalado por três ataques reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI) em 2017, que provocaram 35 mortes em menos de três meses.
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Medidas especiais de segurança foram implementadas em Londres para permitir a rápida resposta das forças policiais, indicaram as autoridades, cinco dias após um ataque que resultou em oito mortes na capital.
O Brexit e a segurança estão no centro da discussão eleitoral no Reino Unido.
– Fiz a minha escolha com base nestas duas questões: ter um bom acordo sobre o Brexit e a segurança – declarou Angus Ditmas, de 25 anos, em um bairro do norte de Londres.
No mesmo local, Simon Bolton, de 41 anos, afirmou que deseja votar num "líder forte, alguém que transmita segurança, que poderá obter o melhor acordo possível para o Brexit".
Perto de Oxford, no centro, uma assembleia de voto foi instalada em uma lavanderia. Em Brighton, no sul, um local de votação foi instalado em um moinho de vento do século XIX.
Será preciso esperar o fechamento das urnas para a publicação das primeiras pesquisas de boca de urna e sondagens. O resultado final é esperado para a madrugada de sexta-feira (8).
A votação, à qual mais de 47 milhões de britânicos são chamados a participar, foi convocada três anos antes do fim da legislatura por Theresa May, que espera obter uma maioria qualificada para negociar o Brexit com os 27 países da União Europeia.
A última pesquisa do instituto You Gov para o Times, de 5 a 7 de junho com 2.130 pessoas, apontava os conservadores com 42% dos votos contra 35% para os trabalhistas.
O impacto dos atentados sobre a votação é difícil de avaliar. Conforme analistas, os conservadores são considerados "mais fortes" em questões de segurança. No entanto, o partido – que comanda o governo – passou a ser criticado por não impedir os atentados em território britânico e por ter suprimido 20 mil postos policiais desde 2010.
Mandato claro
As apostas vão muito além das fronteiras do país, enquanto a União Europeia deseja começar o mais rápido possível as negociações sobre o Brexit.
Theresa May quer fortalecer uma estreita maioria de 17 assentos que dispõe no Parlamento para evitar qualquer rebelião na base aliada durante a negociação do projeto do Brexit.
– Me dê seu apoio para liderar o Reino Unido, me dê a autoridade e um mandato claro para falar em nome do Reino Unido, me fortaleça para lutar pelo Reino Unido – pediu, na terça-feira (6), May em Stoke-on-Trent, a cidade com maior índice de apoio ao Brexit no referendo de junho de 2016.
Do outro lado, Jeremy Corbyn, de 68 anos, um veterano da ala esquerda do Labour, não questiona "a realidade do Brexit". No entanto, ele quer adotar um tom mais conciliador com Bruxelas e manter o acesso ao mercado único europeu.
Embora o Brexit seja a razão da eleição, o tema esteve quase ausente do debate entre os candidatos: May e Corbyn não confrontaram visões de um futuro pós-Brexit.
– Não sabemos realmente o que vão fazer sobre o Brexit – lamentou Joe Kerney, de 53 anos, estimando que "não houve realmente uma campanha eleitoral".
Apenas os centristas do partido Liberal-democrata e os nacionalistas escoceses do SNP colocaram a questão europeia no centro de sua campanha. Mas os partidos têm pouco peso político, enquanto o SNP é um partido regional cujo objetivo principal é a independência da Escócia.