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O Catar publicou os resultados preliminares da investigação sobre o ataque cibernético contra a agência de notícias estatal. A suposta intervenção de hackers seria o motivo para a crise diplomática três dos vizinhos do Golfo, além do Egito.
Em um comunicado publicano na quarta-feira à noite (7), o Ministério do Interior indicou que o ataque cibernético começou em abril, um mês antes da publicação pela agência QNA de supostas declarações polêmicas do emir Tamim bin Hamad Al Thani.
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Nessas declarações, o xeque catariano aparecia rompendo o consenso regional sobre temas sensíveis. Entre eles, o Irã, apontado como um aliado estratégico pelo emir, além de manifestar comentários negativos sobre as relações entre o governo de Donald Trump e o Catar, um aliado próximo dos Estados Unidos.
"A equipe encarregada do inquérito confirmou que o ataque hacker foi feito por meios técnicos inovadores e através de uma falha no sistema da agência QNA", indicou ministério.
De acordo com a mesma fonte, em abril, foi instalado no sistema uma pasta que teria sido utilizada no final de maio para espalhar declarações "falsas" do emir.
O Catar informou que recebe a ajuda do FBI norte-americano na investigação. O relatório preliminar revela que especialistas britânicos também trabalham com as autoridades locais para determinar as circunstâncias do incidente.
De acordo com o canal de televisão americano CNN, hackers russos foram responsáveis pelo ataque. O governo russo nega as acusações.
Na segunda-feira (5), Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Egito, Iêmen e Maldivas romperam relações com o Catar, acusando o país de "apoiar o terrorismo". A Mauritânia se uniu ao grupo mais tarde.