
O revestimento utilizado na reforma da Grenfell Tower, prédio de 24 andares atingido por incêndio na madrugada desta quarta-feira (14), em Londres, Inglaterra, pode ter contribuído para a rapidez no avanço das chamas sobre a estrutura, segundo documentos da reforma do edifício, aos quais o jornal britânico The Independent teve acesso. Conforme a publicação, o material – uma forma barata de concluir a obra – foi colocado para melhorar e atualizar a aparência estética do prédio. O projeto pretendia deixar o visual do imóvel parecido com o de apartamentos de luxo que cercam o norte de Kensington.
Leia mais:
Incêndio em prédio residencial deixa 12 mortos e 78 feridos em Londres
Sobreviventes de incêndio em Londres relatam momentos de desespero
FOTOS: incêndio deixa pelo menos 12 mortos e 78 feridos em Londres
"As mudanças na torre existente melhorarão sua aparência, especialmente quando vistas da área circundante", diz um trecho do documento.
Especialistas disseram que esse tipo de revestimento, utilizado também para melhorar o isolamento e a ventilação da torre, pode ajudar a espalhar o fogo rapidamente. Os moradores teriam reclamado diversas vezes sobre o perigo após a adição do material, mas foram assegurados de que não havia problema.
Um especialista em incêndios disse ao jornal britânico que o processo de reforma escolhido pelos administradores do edifício pode criar uma cavidade de 25 a 30mm entre o revestimento e o isolamento, produzindo um túnel que impede a saída das chamas e acelera a propagação do fogo.
O incêndio deixou ao menos 12 mortos e 78 feridos. Ainda não há informações sobre o que teria provocado as chamas na Grenfell Tower. Cerca de 200 bombeiros trabalharam para combater as chamas, que começaram ainda na madrugada desta quarta-feira.
Embora tenham cogitado mais cedo, os bombeiros descartaram o risco de desabamento. O edifício, construído em 1974, em North Kensington, fica a 2,7 km da residência do príncipe Willian e da sua mulher, Kate Middleton.