Os Estados Unidos anunciaram, nesta segunda-feira (31), a aplicação de sanções jurídicas e financeiras contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pela "ruptura da ordem constitucional" após a eleição da Assembleia Constituinte, no domingo (30).
"As eleições ilegítimas de ontem (domingo) confirmam que Maduro é um ditador que ignora a vontade do povo venezuelano", disse o secretário do Tesouro, Steven T. Mnuchin, ao anunciar que todos os ativos do mandatário "sob a jurisdição dos Estados Unidos estão congelados".
Com essas sanções, os Estados Unidos tentam expressar sua oposição ao "regime de Maduro", apontou Mnuchin.
"Qualquer um que participe desta ilegítima Assembleia Nacional Constituinte pode estar exposto a futuras sanções americanas por socavar processos e instituições democráticas na Venezuela", advertiu em comunicado.
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O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca Herbert McMaster declarou que "Maduro não é apenas um líder ruim, agora é também um ditador" que se "une ao exclusivo clube que inclui (Robert) Mugabe, Bashar al-Assad e Kim Jong Un".
O governo de Donald Trump tomou as medidas contra Maduro, no poder desde 2013, um dia depois da eleição dos membros da Assembleia Constituinte. A oposição venezuelana não participou do pleito por considerar que o processo é fraudulento.
Segundo os Estados Unidos, o órgão eleito no domingo "deseja ilegitimamente usurpar o papel constitucional" do Congresso, eleito em dezembro de 2015, e dominado pela oposição, assim como "reescrever a Constituição e impor um regime autoritário" ao povo venezuelano.
Os Estados Unidos são o principal comprador de petróleo venezuelano, com importações de 800 mil barris diários sobre uma produção de 1,9 milhão.
Na semana passada, o governo de Trump sancionou 13 funcionários e militares próximos a Maduro, entre eles Tibisay Lucena, presidente do poder eleitoral, acusados de romper com a democracia, de violar os direitos humanos e de corrupção. As sanções são a terceira anunciada contra funcionários e ex-funcionários venezuelanos, depois das emitidas em fevereiro e maio.