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A marcha de grupos de extrema-direita em Charlottesville, nos Estados Unidos, que terminou com violência no sábado (12), foi organizada a partir de uma discussão em torno de uma estátua. A confusão na Virgínia provocou a morte de uma mulher de 32 anos e deixou dezenas de feridos.
Formada por defensores da supremacia branca, a manifestação criticava o projeto que busca retirar de um espaço municipal a estátua do general confederado Robert E. Lee, que lutou a favor da escravidão na Guerra Civil americana, realizada entre 1861 e 1865.
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Entre os responsáveis apontados pela organização da marcha, estão neonazistas, defensores da "supremacia branca", membros do Ku Klux Klan (KKK) e integrantes da direita alternativa (Alt Right), parte da qual apoiou Donald Trump na eleição presidencial de 2016.
A confusão
No sábado (12), manifestantes que defendem a supremacia da raça branca agitavam bandeiras dos confederados, que lutaram para manter a escravidão no século XIX, consideradas um símbolo racista por boa parte dos americanos. Em meio a nuvens de gás lacrimogêneo, confrontos entre a direita radical e grupos contrários ao protesto se multiplicavam antes do início da marcha.
O temor de acontecimentos mais graves aumentou porque havia manifestantes com armas, o que é permitido por lei na Virgínia. Segundo testemunhas, a mulher de 32 anos que morreu no local foi atropelada intencionalmente por uma pessoa que protestava contra a retirada da estátua.
Também houve duas vítimas fatais que estavam em um helicóptero que caiu em uma área vizinha a Charlottesville. Os mortos foram identificados como H. Jay Cullen, que atuava como tenente, e Berke M.M. Bates, que era piloto. A causa do acidente está sendo investigada, afirmaram autoridades.
A repercussão no meio político
O presidente Donald Trump usou o Twitter para comentar o episódio. "Condolências à família da jovem mulher que morreu hoje (sábado), e meus melhores desejos para todos aqueles que ficaram feridos em Charlottesville, Virginia. É muito triste!", escreveu.
O fato de o presidente não ter criticado grupos de ultradireita provocou reações, inclusive de membros do Partido Republicano. "É muito importante para a nação ouvir @potus (perfil de Trump) descrever eventos em #Charlottesville pelo que eles são, um ataque terrorista de #supremacistasbrancos", tuitou o senador Marco Rubio.
Por sua vez, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, condenou os grupos que organizaram a manifestação.
– Não temos tolerância para o ódio e violência dos supremacistas brancos, neonazistas ou KKK – disse Pence durante coletiva de imprensa na Colômbia.
Filha do presidente americano, Ivanka Trump denunciou, no domingo (13), o racismo, a supremacia branca e os neonazistas. "Não há lugar na sociedade para o racismo, a supremacia branca e os neonazistas. Todos temos de nos unir como americanos e ser um país unido", declarou em sua conta no Twitter.