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Um terremoto de 8,2 graus na escala Richter, na costa do Pacífico mexicano, deixou pelo menos cinco dezenas de mortos nos Estados de Oaxaca, Tabasco e Chiapas durante a madrugada de sexta-feira (8). Mais forte em cem anos – abalo de igual intensidade foi registrado em 1932, nas costas de Colima e Jalisco –, o sismo foi sentido em grande parte do território, incluindo a capital, Cidade do México.
Na costa do pacífico central e sul do país, um alerta de tsunami foi ativado para a possibilidade de ondas de até quatro metros. Localidades costeiras receberam ordem de evacuação.
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Conforme o Serviço Sismológico Nacional do México (SSN), o terremoto ocorreu às 23h49min locais (1h49min de Brasília), a 133 quilômetros da cidade de Pijijiapan, no Estado de Chiapas, a uma profundidade de 58 quilômetros sob o Oceano Pacífico. Até cerca de uma hora depois do tremor principal, o SSN havia registrado pelos menos 337 réplicas, a mais forte de 6,1 graus.
Às 17h desta sexta-feira, o titular da Proteção Civil federal, Luis Felipe Puente, publicou em sua conta no Twitter: "Até o momento, o Comitê Nacional de Emergência reporta 58 mortes pelo terremoto de 7 de setembro: 45 em Oax (Oaxaca), 10 em Chis (Chiapas) e três em Tab (Tabasco)".
Segundo o governador de Oaxaca, Alejandro Murat, só na cidade de Juchitán, onde o prédio da Câmara Municipal foi parcialmente destruído, houve 17 óbitos. Arturo Nuño, governador de Tabasco, confirmou que dois dos três mortos no Estado eram crianças: uma vítima de queda de barreira e outra, recém-nascida, que não resistiu após o aparelho de oxigênio ao qual estava conectada desligar com o corte de energia elétrica.
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Não há registro de brasileiros entre as vítimas, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores, que está acompanhando a situação por meio do Consulado-Geral do Brasil no México.
Na capital, abalo de menor intensidade
As aulas foram suspensas em vários Estados para revisão estrutural das escolas. Milhares de moradores da Cidade do México saíram de suas casas quando receberam o alerta sísmico, que avisa a população um minuto antes de um tremor.
A capital e sua região metropolitana, com mais de 20 milhões de habitantes, não registraram muitos problemas e os transportes públicos seguiram com funcionamento normal, com exceção do aeroporto internacional, que suspendeu momentaneamente algumas operações. As autoridades mencionaram vidros quebrados e quedas de objetos em avenidas, mas até sexta-feira não havia informações sobre incidentes com pessoas.
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Especialistas explicaram que o terremoto não foi sentido na Cidade do México da mesma maneira que outros de menor intensidade porque o epicentro está a 800 quilômetros da capital, que é afetada sobretudo por tremores registrados na costa de Guerrero, a 400 quilômetros.
O tremor também foi sentido na Guatemala, onde provocou o corte de energia elétrica em algumas áreas do oeste do país.
O México fica entre cinco placas tectônicas e é um dos países que registra maior atividade sísmica no mundo. Os últimos registros de alta intensidade alcançaram, conforme o SSN, 8,1 graus em 1995 e 10 anos antes, quando um sismo ocorrido também em setembro, com epicentro na costa de Michoachán, causou o maior nível de destruição já visto no país. O balanço oficial foi de 10 mil mortos e mais de 5 mil desaparecidos.
Desde então, o governo adotou regras mais rígidas para a construção e em relação aos planos de proteção civil.