A Coreia do Norte lançou um míssil que sobrevoou o Japão antes de cair no mar depois de percorrer milhares de quilômetros. O míssil foi disparado de um local próximo a Pyongyang e voou aproximadamente 3.700 quilômetros a leste, atingindo uma altitude máxima de 770 km, ou seja, mais longe e mais alto que os mísseis norte-coreanos anteriores, informou o ministério da Defesa sul-coreano. Este é o segundo armamento a sobrevoar o território japonês, que já havia sido invadido em 28 de agosto.
Segundo o governo japonês, o míssil sobrevoou a ilha japonesa de Hokkaido (no norte do país) às 07h06min locais (19h06min desta quinta-feira, horário de Brasília), antes de cair no mar, cerca de 2 mil quilômetros a leste de sua costa.
Após o lançamento, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, afirmou que o Japão "nunca tolerará" o que ele chamou de "perigosa ação provocadora (da Coreia do Norte) que ameaça a paz mundial".
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— Não podemos nunca tolerar que a Coreia do Norte pisoteie a decisão forte e unida da comunidade internacional rumo à paz, demonstrada nas resoluções da ONU, e insista neste ato ultrajante — disse Abe à imprensa em Tóquio.
Mais cedo, o governo japonês havia informado a ativação do sistema de emergência J-Alert em várias regiões do norte do arquipélago.
O presidente americano, Donald Trump, recebeu um relatório sobre o último disparo. O secretário-geral da Casa Branca, general do Marines John Kelly, foi quem informou o presidente, disse a porta-voz Sarah Sanders.
O Pentágono confirmou o lançamento. "O Comando de Defesa Aeroespacial norte-americano (Norad, na sigla em inglês) determinou que este míssil balístico não representou uma ameaça para a América do Norte", informou. "O Comando americano do Pacífico determinou que este míssil balístico não representou uma ameaça para Guam", acrescentou o Pentágono.

Reunião de urgência na ONU
O Conselho de Segurança da ONU comunicou que fará uma reunião de urgência nesta sexta-feira para discutir o lançamento. A reunião será realizada às 15h de Nova York (16h de Brasília), segundo a presidência etíope do Conselho. Um diplomata disse que o debate acontecerá a portas fechadas.
O lançamento de um novo míssil acontece depois que o Conselho de Segurança da ONU impôs nesta semana um novo pacote de sanções à Coreia do Norte pelo desenvolvimento de seu programa nuclear e balístico que incluiu um sexto ensaio nuclear, de uma potência sem precedentes neste país.
Pyongyang havia prometido na quarta-feira acelerar seus programas militares proibidos em resposta às "maléficas" sanções da ONU.
As novas sanções consistiram em um embargo sobre as exportações de gás para a Coreia do Norte, uma limitação às exportações de petróleo e produtos refinados, e a proibição das exportações norte-coreanas de têxtil.
Mas o projeto de embargo petroleiro total promovido pelos Estados Unidos teve que ser abandonado para conseguir que a China, que abastece a Coreia do Norte com petróleo e dispõe de direito de veto no Conselho de Segurança, deu seu aval às sanções.
*AFP