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Após devastar ilhas do Caribe e inundar o norte de Cuba, o furacão Irma atingiu neste domingo (10) a Flórida, onde já provocou quatro mortes. Irma atingiu o território americano pelo conjunto de ilhas de Florida Keys como furacão de categoria 4, com rajadas de vento de até 215 km/h, mas caiu para a categoria 2, com ventos de até 177 km/h, por volta das 18h no horário de Brasília, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC).
O furacão ainda preocupa os americanos. A principal ameça, agora, é a vulnerável baía de Tampa, onde vivem mais de 3 milhões de pessoas. No Caribe, a tormenta deixou devastação e a confirmação de 28 pessoas mortas.
O presidente americano, Donald Trump, declarou estado de catástrofe natural na Flórida, medida que permite desbloquear verbas e recursos federais suplementares para socorrer a península varrida pelo gigantesco furacão.
— Mas neste momento estamos preocupados com as vidas, e não com os prejuízos — destacou o presidente após uma reunião com funcionários da Segurança Nacional e de gestão de emergências, prometendo viajar à Flórida "muito em breve".
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Naples, Fort Myers e as densamente povoadas penínsulas da baía de Tampa (oeste da Flórida) estão sob ameaça de marés de até 4,5 metros.
— Estamos a ponto de ser atingidos na cara por esta tempestade — disse o prefeito de Tampa, Bob Buckhorn.
Com suas imensas praias de areia branca, hotéis de luxo e três milhões de habitantes, a baía de Tampa é considerada uma das áreas mais vulneráveis dos Estados Unidos diante de furacões como Irma.
Em Miami, Irma derrubou dois guindastes de construção e inundou ruas neste domingo, segundo moradores da cidade, que publicaram fotos nas redes sociais. As imagens mostram o braço de um guindaste na rua 3 que partiu e atingiu o teto de um prédio em uma zona da cidade onde é frequente a construção de prédios muito altos e com vista para o mar.
A maior preocupação das autoridades em Miami são os guindastes, alguns para a construção de prédios de 50 andares, com mais de 243 metros de altura.
Imagens de TV mostravam o mar invadindo o calçadão da Brickell Avenue e inundando ruas, e carros com água até a metade.
Em Key Haven, na ponta do arquipélago, Maggie Howes descreveu uma tempestade de violência sem precedentes.
— Os barcos estão literalmente quebrados, as palmeiras estão no chão, as linhas de energia elétrica estão caindo — afirmou por telefone ao canal CNN a socorrista, que torce pelo fim do furacão.
Apesar das ordens de evacuação obrigatórias, muitos moradores optaram por permanecer nesta faixa de terra de baixa altitude e suscetível a inundações.
— Não sabemos exatamente quantas pessoas ficaram nos Keys. Os ventos chegaram a 215 km/h, a chuva a entre 25 e 60 centímetros. É uma zona muito baixa. A maré chega a 4,6 metros. Espero que todos tenham escutado as instruções — disse o governador da Flórida, Rick Scott, ao canal ABC.