Humberto Trezzi / Brasília
Os cinco grandes rios que deságuam na Região Metropolitana e a própria Lagoa dos Patos contam com mais fiscalização a partir de hoje. A Polícia Federal (PF) acaba de inaugurar a base do Grupo Especial de Polícia Marítima (Gepom) que, apesar do nome, não atua no mar, e sim na grande bacia formadora do Guaíba.
São quatro agentes e duas lanchas novas, com grande potência e capazes de desenvolver altas velocidades - especiais para perseguições, cercos ou patrulhamento de rotina. Outras três lanchas, de menor porte e discretas (sem o emblema da PF), também foram colocadas à disposição da nova unidade. Serão usadas em campanas, para detectar crimes sem serem identificadas pelos delinquentes.
O Gepom vai priorizar o combate a crimes ambientais. Um deles é a extração ilegal de areia - mais de 60 praias do Rio Jacuí sumiram em dragagens destinadas à construção civil. Outros delitos são pesca e caça ilegais, comuns no Parque do Delta do Jacuí. Também será rastreado o crescente abigeato nas regiões rurais de cidades como Canoas e Nova Santa Rita.
- As lanchas são dotadas de binóculos termais, que identificam a presença de qualquer pessoa à noite, no meio do mato, a centenas de metros - diz José Antônio Dornelles de Oliveira, delegado regional executivo e segundo homem na hierarquia da PF no Rio Grande do Sul.
Unidade da PF combaterá ainda contrabando e tráfico
Dornelles supervisionou ontem um teste das duas lanchas da PF. Elas conseguem navegar a mais de 80 km/h.
O Gepom ganhou sede própria, junto ao Batalhão Ambiental da BM, à beira do Guaíba. Antes a unidade nem sequer tinha ponto de apoio. A PF contava com uma lancha antiga, e os policiais ficavam na sede da superintendência, na Avenida Ipiranga.