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Denunciado na quarta-feira em reportagem especial de Zero Hora, o comércio milionário e ilegal de permissões de táxi em Porto Alegre levou ao surgimento dos chamados Barões das Placas. São homens que controlam dezenas de veículos, negociam licenças, orgulham-se de suas frotas particulares e, dificilmente, assumem o volante dos carros que colocam na praça.
Conhecido como Sérgio Santa Maria entre os taxistas - uma referência à sua cidade de origem -, o aposentado Sérgio Renato Borba Feltrin, 58 anos, é um desses barões. Ele fez do posto de combustíveis localizado na esquina das vias Farrapos e Ramiro Barcelos seu escritório, encravado na área central da Capital. Dali, o homem que se aposentou pela extinta Rede Ferroviária Federal administra seus mais de 30 veículos.
Levando-se em conta o valor médio de cada permissão vendida ilegalmente na praça (os preços variam de R$ 230 mil a R$ 430 mil), podemos dizer que pelas mãos de Santa Maria circula um patrimônio de concessões públicas que pode ser convertido em R$ 10 milhões, aproximadamente.
Oficialmente, confirma a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), o aposentado é permissionário de apenas um táxi na Capital, desde os anos 90. Para estar dentro da lei, no entanto, deveria abrir uma empresa em seu nome, recolher impostos e assinar a carteira de seus empregados.
Além de administrar sua frota irregular entre bombas de combustíveis, Santa Maria é conhecido entre os taxistas como uma espécie de corretor de placas. É o cara certo a ser procurado por quem pretende comprar, vender ou alugar uma licença. Da agenda do seu celular, surgem rapidamente contatos para transações envolvendo as concessões municipais.
Leia a reportagem completa na edição desta quinta-feira de Zero Hora.