Um exemplo paulistano se candidata a virar um mecanismo de desafogo do trânsito em Porto Alegre.
Tramita em estágio inicial na Câmara de Vereadores da capital gaúcha um projeto de lei que define horários - os de pico no trânsito - para os corredores de ônibus serem utilizados por táxis.
O texto estipula que a circulação de táxis pelos corredores ocorrerá nos dias úteis, das 7h às 8h e das 18h às 19h30min.
Outras regras são a proibição de o carro parar no ponto de ônibus, estar com pelo menos um passageiro, não parar ou diminuir a velocidade para verificar número e endereço de destino e não ter película de escurecimento nos vidros.
Foi em uma viagem a São Paulo que o vereador Mauro Pinheiro (PT) teve a ideia do projeto. Ao tomar um táxi na capital paulista, percebeu que era permitido ao motorista conduzir pelo corredor destinado aos coletivos.
Após conversa com o taxista, em que concluiu ser vantajoso o expediente, telefonou para sua equipe em Porto Alegre e orientou uma versão para a cidade. O projeto já foi protocolado e deve seguir para as comissões.
- Em São Paulo, que tem o trânsito pior do que aqui, funciona bem. Nos momentos de pico, o que acontece muitas vezes em Porto Alegre é faltar táxi porque muitos estão presos no congestionamento. Alguns críticos alegam que o taxista não vai ter vantagem, mas não estamos obrigando-o a andar no corredor - explica.
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EPTC fez teste com resultado negativo
Presidente da Associação dos Permissionários de Táxi de Porto Alegre (Aspertaxi), Walter Luiz Rodrigues Barcellos, considera que a iniciativa é boa, mas vai esperar pelos resultados do teste de três meses previsto no projeto.
Pelo lado dos ônibus, o diretor administrativo-financeiro da Carris, Vidal Pedro Dias Abreu, é favorável à ideia, porém lembra que dificilmente os taxistas optarão por usar corredores como o da Terceira Perimetral.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) já efetuou testes na Terceira Perimetral, e a conclusão foi negativa. Em 72 tentativas, somente em uma oportunidade um táxi chegou mais rápido pelo corredor. No entanto, a maior preocupação do diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, é com a segurança.
- Localizamos 32 pontos possíveis de entrada ou saída nos dois sentidos da Perimetral. Trocar de faixa é uma manobra de risco - avalia.
Representantes dos taxistas planejam se reunir com o órgão de trânsito para discutir o projeto.
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