Os fanáticos católicos das Filipinas protagonizaram nesta Sexta-feira Santa uma série de exibições de delírio religioso no dia em que o mundo cristão recorda a crucificação de Jesus Cristo. As violentas crucificações, apesar de serem malvistas pela hierarquia da Igreja católica, acabaram se convertendo em atração turística.
O curandeiro Arturo Bating, de 44 anos, estendeu seus braços e manteve uma calma estoica enquanto seus vizinhos o levantavam numa cruz de madeira e cravavam pregos de 10 centímetros em suas mãos.
- Esta é uma promessa que fiz a Deus para que ele proteja minha família das enfermidades - declarou o penitente, vestido com uma bata branca, ao término de sua provação que durou vários minutos e foi acompanhada por dezenas de pessoas.
O arcebispo José Palma, presidente da Conferência de Bispos Católicos das Filipinas, disse que apesar de a Igreja católica não incentivar esta forma extrema de adoração, também não recrimina os que a praticam.
- Nós não julgamos nem condenamos, mas não incentivamos esta prática - afirmou o monsenhor.
A crucificação não é a única forma de extrema penitência praticada nas Filipinas, o país mais católico da Ásia, onde há 75 milhões de fieis. Muitos filipinos realizam atos de piedade mais práticos, como visitar várias igrejas a pé para orar durante a Quinta e a Sexta-feira Santa.