Entenda o caso
Grampos feitos pela Polícia Federal (PF) e outras informações de inquéritos do órgão ligariam o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) ao empresário do ramo de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira. Investigado por um esquema de corrupção desvendado na Operação Monte Carlo, da PF, Cachoeira foi preso em fevereiro, sob a acusação de exploração ilegal de jogos de azar em Goiás.
Além de manter conversas frequentes com o bicheiro, o senador também teria recebido presentes e pedido dinheiro a Cachoeira. No dia 6 de março, durante sessão plenária, Demóstenes admitiu que trocou telefonemas com o bicheiro, mas disse que recebeu apenas presentes de casamento de Cachoeira - uma geladeira e um fogão importados.
De lá para cá, novas reportagens apontaram que o senador se comunicava com Cachoeira por meio de um telefone habilitado nos Estados Unidos, para evitar grampos. Além disso, denúncias apontaram que o senador teria recebido dinheiro proveniente do jogo do bicho. Demóstenes Torres negou que seja investigado por crimes de contravenção e afirmou que a violação do seu sigilo telefônico não obedeceu a critérios legais.
Pressionado, Demóstenes deixou a liderança do partido no Senado no dia 27 de março. Em carta, ele afirmou que subirá à tribuna do Senado para responder aos questionamentos dos colegas tão logo tenha acesso ao conteúdo dos autos nos quais é acusado. Ele declara que é inocente e que, embora tenha tido amizade com Cachoeira, jamais participou de qualquer atividade ilícita.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu ao STF a abertura de inquérito para apurar o envolvimento de políticos - entre eles o senador Demóstenes Torres - com o empresário Carlinhos Cachoeira.
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