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A Polícia Civil e a Brigada Militar encontraram os corpos de uma mãe e de seu um filho em uma casa na Rua Sargento Nicolau Dias de Faria, no bairro Tristeza, zona sul de Porto Alegre, na manhã desta quinta-feira. Márcia Calixto Carnetti, de 39 anos, estava de bruços no chão do quarto de casal da residência, morta a facadas. O filho, Matheus Carnetti, de seis anos, também morto a facadas, estava em seu quarto, na cama, de pijama. Perto dele, foram encontradas duas facas de cozinha ensaguentadas, provavelmente usadas para cometer o crime. Na cozinha, uma faca maior foi achada nas mesmas circustâncias.
Os policiais arrombaram a casa um dia depois de o marido de Márcia e pai de Matheus, Ênio Luiz Carnetti, ter saltado da ponte do Canal Furado, na BR-290. Resgatado por um pescador, foi levado pelo Corpo de Bombeiros ao Hospital de Pronto Socorro da Capital (HPS). Ele deixou o carro Focus no local onde pulou e o veículo foi apreendido pela polícia.
No hospital, os responsáveis tentaram contato com a família. O primo dele, Claudomir Miguiorini avisou o pai de Márcia, João de Carvalho Calixto. Desconfiado, João procurou a polícia, que entrou na moradia na manhã desta quinta-feira.
Márcia era enfermeira do município de Porto Alegre
Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal
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Com ferimentos a facadas e outros machucados provocados pela queda na ponte, Carnetti ainda se recupera no hospital. A Polícia Civil investiga as circunstâncias do duplo homicídio. Segundo a delegada de plantão Clarrisa Demartini, o principal suspeito do crime é o marido de Márcia. Ele está sob a guarda da polícia e deve ser transferido para o Presídio Central ainda nesta quinta-feira.
Crime teria sido motivado por suposta traição
Na casa, a Polícia Civil encontrou cópias de e-mails de Márcia, que ajudariam a entender a motivação do crime.
- Por meio de um software, ele (Ênio) teve acesso aos e-mails dela (Márcia). Nas mensagens, há indícios de que ela o estivesse traindo - afirma o delegado Cléber dos Santos Lima, da 1ª Delegacia de Homicídios da Capital.
Também foram encontrados outros bilhetes escritos a mão pelo bioquímico. Neles, o bioquímico teria escrito que preferia morrer a ir para prisão e que teria assassinado o filho "para ele não sofrer".
Márcia era enfermeira da prefeitura de Porto Alegre. O menino estudava na pré-escola de um colégio particular da Zona Sul. Ênio é bioquímico do Laboratório Central do Estado (Lacen) e mantém ainda um laboratório particular.