O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou nesta quarta-feira o ataque contra o consulado norte-americano em Benghazi, na Líbia, que matou quatro norte-americanos, incluindo o embaixador Chris Stevens. O governo norte-americano determinou o aumento do esquema de segurança nas representações diplomáticas dos Estados Unidos no exterior e também decidiu ampliar o apoio aos seus funcionários.
O ataque ocorreu em protesto a um filme americano de teor anti-islâmico chamado Innocence of Muslims ("A inocência dos muçulmanos", em português), que foi realizado pelo americano-israelense Sam Bacile. Após uma manifestação no Cairo contra a película, o cineasta declarou que o "islã é um câncer".
Em comunicado, divulgado pela Casa Branca, Obama criticou os ataques e anunciou as medidas de segurança. Segundo ele, o embaixador morto deve ser classificado como um "representante corajoso e exemplar dos Estados Unidos".
- Condeno firmemente o violento ataque à nossa representação diplomática em Benghazi - disse o presidente. - Os quatro norte-americanos mortos no ataque] eram exemplos do compromisso da América com a liberdade, justiça e parceria com as nações e os povos em todo o mundo.
Os quatro norte-americanos foram mortos na terça-feira à noite durante ataque ao consulado em Benghazi. Homens armados invadiram a representação, atearam fogo e jogaram bombas no local. Stevens era um diplomata de carreira que falava árabe e francês. Ele comandou um gabinete em Bengahzi durante a revolta líbia contra Muammar Kadafi.
Na biografia de Stevens, disponibilizada no site da Embaixada dos Estados Unidos na Líbia, há uma entrevista do embaixador na qual ele disse se considerar um "afortunado por participar neste incrível período de mudança e de esperança para a Líbia".
A Líbia apresentou um pedido de desculpas aos Estados Unidos pela morte do embaixador e de mais três pessoas.
- Apresentamos as nossas desculpas aos Estados Unidos e ao povo norte-americano pelo que se passou - disse o presidente do Parlamento da Líbia, Mohamed Al Megaryef.
O ataque
Testemunhas relataram que os manifestantes lançaram fogos de artifícios, arrancaram a bandeira americana da representação e atearam fogo no consulado. Em seguida, foram registrados confrontos entre as forças de segurança e homens armados. Surpresos com a violência do ataque, membros dos serviços de segurança líbios, que protegiam o consulado, abandonaram o local.
O filme também provocou protestos diante da embaixada americana no Cairo, onde os manifestantes substituíram a bandeira dos Estados Unidos por um símbolo islâmico.