Um erro da prefeitura de Porto Alegre impediu que o Parque Farroupilha (Redenção) ganhasse mais segurança ainda este ano com a instalação do prometido cercamento eletrônico.
Quem confirmou o problema foi o Ministério da Justiça, que forneceria recursos por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) também para o Parque Marinha do Brasil.
Hoje, os parques contam com seis câmeras, cada um. Para turbinar a vigilância, a prefeitura da Capital havia cadastrado a proposta número 32.193/2012 no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal (Siconv), para aquisição e instalação de 27 câmeras de videomonitoramento nos dois parques. No entanto, conforme o ministério, "a proposta não foi habilitada para análise técnica, tendo em vista que ela foi apenas cadastrada, e não enviada".
Resultado: o município deixou de receber mais de R$ 780 mil para o projeto. Agora, Porto Alegre só poderá reivindicar o recurso ao longo de 2013, quando um novo edital de chamamento público de propostas for aberto. "Infelizmente foi um erro simples, mas que impossibilitou a prefeitura a concorrer ao edital", concluiu a assessoria de imprensa do ministério. Em 2012, a Guarda Municipal registrou 19 delitos na Redenção, entre casos relacionados a drogas, furtos, roubos e desordem.
Sobrecarga do sistema teria causado a falha
O comandante da Guarda Municipal, Eliandro Oliveira de Almeida, afirmou que a inscrição do projeto porto-alegrense foi feita no último dia, quando o cadastramento no Siconv estava sobrecarregado. Mais tarde, não foi possível realizar o procedimento. Havia acabado o prazo.
"A equipe que assumiu desconhecia projetos"
O comandante da Guarda Municipal, Eliandro Oliveira de Almeida, falou a ZH sobre os parques da Redenção e Marinha ficarem sem novas câmeras de vigilância em 2012 devido a um erro no envio da proposta:
Zero Hora - O cadastramento do projeto ficou para a última hora?
Eliandro Oliveira de Almeida - Assumi o comando da Guarda Municipal e, nove dias após, abriu o sistema. A equipe que assumiu comigo desconhecia os projetos que já estavam andando. Quando ficamos conhecendo, articulamos com toda a prefeitura em tempo recorde.
ZH - Quanto tempo havia para fazer o cadastramento?
Almeida - Havia 33 dias para todo o projeto. E aí envolve muitas secretarias. Tivemos de reunir todas, pensar no projeto, ir a campo, fazer toda a contabilidade do que iria ser gasto.
ZH - Por que o envio da proposta não deu certo?
Almeida - Naquele último dia, ocorreu uma sobrecarga no sistema devido ao grande número de envios de propostas. Tem de ser lançado o valor por câmera, os metros de fiação, tudo passo a passo. Das 19h até as 22h, eu acompanhei o lançamento que a minha equipe do setor administrativo estava fazendo. Quando se salvava a proposta, o sistema caía e voltava à tela inicial. Dava sempre como se tivéssemos feito todos os lançamentos. Acho que houve uma inconsistência com essa sobreposição de valores.
ZH - E agora?
Almeida - Eles analisaram toda a proposta ali (em Brasília, onde Almeida foi para tratar do caso), pessoalmente, e disseram que o projeto é excelente. Com certeza, em 2013, no início do ano, vai abrir novamente o sistema e Porto Alegre provavelmente vai ser contemplada. Como estamos com o projeto pronto, assim que abrir, a gente já vai estar enviando.
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