Ensinar crianças era um dos sonhos de Noiara Bonatto, morta após ser baleada durante um assalto sobre a Ponte da Amizade, na fronteira do Brasil com o Paraguai. A jovem será enterrada às 20h deste domingo no Memorial da Paz, em Passo Fundo.
Desde jovem Noiara pretendia ser professora. Ela cursou Ensino Médio com habilitação em Magistério e chegou a lecionar em uma escolinha de educação infantil. Mas a vinda da filha Amanda, hoje com nove anos, acabou se tornando a prioridade para a jovem, que agora trabalhava como vendedora nas lojas Brasóptica de Passo Fundo.
Há um ano, preocupada em proporcionar para Amanda um futuro melhor, ela decidiu retomar os estudos e passou a cursar Pedagogia na Universidade de Passo Fundo. A viagem ao Paraguai não era novidade para Noiara, que já tinha ido a Ciudad Del Este em outras ocasiões. As horas extras feitas no natal, o 13º salário e o salário do mês haviam sido reservados para fazer compras. Na lista, uma mochila, uma boneca Barbie e um celular para a filha.
- Ela estava feliz, queria se formar, fazer concurso, sonhava em comprar um apartamento para morar com a filha, conta a avó de Amanda, Neiva Gobbato.
A ex-sogra, que cuidava da neta para que Noiara pudesse trabalhar e estudar, precisou contar a tragédia para a criança, na noite de sábado.
- Estava dando na TV, tive que contar. Ela chorou muito, pedia pela mãe e não dormiu à noite, é uma dor muito grande para uma criança assimilar, lamenta Neiva.
O corpo de Noiara Elisabete Bonatto de Souza, 26 anos, deve ser enterrado às 20h deste domingo, no Memorial da Paz.
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