O suspeito de matar seis taxistas em uma onda de crimes que aterrorizou o Estado é um jovem de classe média de 21 anos, nascido em Santana do Livramento e morador da Capital. Ele foi preso pela Polícia Civil em Porto Alegre, na tarde de sábado, no bairro Santa Cecília. Sua identidade e os detalhes do caso foram apresentados em uma entrevista coletiva realizada na manhã deste domingo.
Em depoimento, Luan Barcelos da Silva deu detalhes sobre todos os crimes praticados nos dias 28 e 30 de março. No primeiro dia, ele matou três taxistas em Livramento. No segundo, outros três na Capital. Ele contou aos policiais que estava devendo o aluguel do apartamento de dois quartos onde morava com um amigo. Criado pelos avós no Interior, mudou-se para a Capital há cerca de dois anos e meio, onde trabalhava como corretor de imóveis.
Leia mais:
Cronologia: relembre o caso dos taxistas assassinados
Quem são os seis taxistas mortos na Capital e Fronteira Oeste
Humberto Trezzi: crimes revelam frieza extrema
No final do ano passado, acabou ficando sem trabalho e passou a enfrentar dificuldades financeiras. Em março, antes da onda de mortes, viajou para Livramento com a intenção de vender um notebook e uma máquina fotográfica para conseguir dinheiro. Como não encontrou comprador, decidiu matar e roubar taxistas.
- As roupas usadas por ele em Santana do Livramento e na Capital estão sujas de sangue. Eu acompanhei todo o interrogatótio dele, que foi feito na presença de um advogado. É uma pessoa fria e calculista. Ele contou em detalhes caso a caso, como foi a morte de todos os taxistas - afirmou o chefe da Polícia Civil, delegado Ranolfo Vieira Júnior.
Polícia descreve suspeito como frio e calculista
Segundo depoimento dado aos policiais, o assassino confesso tomava os táxis, sentava no banco de trás e disparava contra a cabeça dos motoristas sem anunciar o assalto. Removia os corpos dos veículos, ficava com os bens das vítimas e seguia com o táxi até encontrar o próximo alvo. Em Porto Alegre, deixou de matar um taxista porque o condutor desconfiou e pediu que ele se sentasse no banco dianteiro.
- Ele confessou ainda que utilizou a mesma arma, um revólver calibre 22, sete tiros. Ele tem experiência com armas porque serviu ao Exército e diz que usou um tipo de munição em Santana do Lvramento e outro, em Porto Alegre. Isso explica a dificuldade encontrada pela perícia num primeiro momento - destacou Ranolfo.
A sucessão de latrocínios rendeu ao suspeito R$ 470 em Livramento e R$ 400 em Porto Alegre. Depois dos crimes, o suspeito conseguiu um emprego como orientador educacional de informática para crianças. Luan foi levado para presídio em Santana do Livramento.
ZH transmitiu ao vivo a coletiva. Veja como foi :
VÍDEOS: Imagens divulgadas pela polícia mostram suspeito entrando em táxi de Porto Alegre na noite em que motoristas foram mortos: