
Representantes do poder público, de entidade de classe e de organizações religiosas bateram o martelo ontem sobre o local da construção de um projeto inédito no Rio Grande do Sul.Uma área de dois hectares no bairro Guajuviras, em Canoas, deverá receber a primeira cadeia sem guardas do Estado.
Conhecido como "Sistema Apac", o presídio não é gerenciado pelo Estado ou pela iniciativa privada, mas por uma entidade civil denominada Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac). No prédio não há policiais ou agentes penitenciários, tampouco a presença de armas. Os próprios apenados têm posse das chaves e são responsáveis pela organização do lugar.
Em uma reunião realizada na Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, o grupo executivo do Método Apac avaliou que o local cedido pela prefeitura de Canoas apresenta as condições para a implantação do projeto pioneiro. O próximo passo agora é apresentar o projeto à população, em uma audiência pública, em 27 de junho. O objetivo é de que o presídio seja construído este ano.
- Os maiores especialistas nesse tema estão de braços dados. Estamos chamando este presídio de laboratório. Com ele, queremos provar para nós mesmos (integrantes do movimento pró-Apac) e para a comunidade gaúcha que é possível ter outro método de ressocialização - afirma o deputado Jeferson Fernandes (PT), presidente da comissão.
A casa prisional será construída com recursos federais e deverá abrigar 120 apenados. A previsão é de que a unidade tenha um investimento de R$ 4 milhões.