Guilherme Mazui / RBS Brasília
O laudo final com o resultado dos exames que tentam esclarecer se o ex-presidente João Goulart morreu de causas naturais ou foi envenenado, há quase 38 anos, sai na próxima segunda-feira.
A data foi anunciada na manhã desta terça-feira pela ministra da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Ideli Salvatti. O resultado sai um ano após a exumação é será apresentado primeiro à família Goulart e depois será entregue à Comissão Nacional da Verdade.
Nove dos 11 peritos responsáveis pelo trabalho estão em Brasília para verificar os três laudos realizados a partir da exumação do corpo do ex-presidente. Técnicos do Brasil, Argentina, Uruguai, Cuba, Portugal e Espanha respondem pela análise.
Um laudo foi elaborado pela laboratório paulista Tasqa, em cima dos gases retirados do jazigo de Jango. Já os exames toxicológicos foram realizados pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, de Portugal, e pelo Serviço Externo de Ciências e Técnicas Forenses, da Espanha. Neto de Jango e médico, João Marcelo Goulart acompanhará as análises.
- De hoje a sexta-feira, os peritos abrem os laudos e fazem toda a confirmação e questionamentos para produzir o laudo final - explicou a ministra.
Ideli não antecipou o resultado ou comentou a possibilidade de um laudo inconclusivo em virtude do tempo decorrido da morte do ex-presidente, em dezembro de 1976.
- Vamos aguardar o resultado final. Fizemos tudo o que estava ao alcance do governo para realizar uma verdadeira exumação da história - disse Ideli - Encerrar esse capítulo com um laudo é o mínimo que devemos aos familiares e à sociedade.
O corpo do ex-presidente foi exumado em novembro do ano passado, retirado do jazigo da família, no cemitério Jardim da Paz, em São Borja. Após, foi levado para Polícia Federal, em Brasília, onde foram realizados exames e a coleta de material para os testes de laboratório.
Em 6 de dezembro, aniversário da morte de Jango, o corpo foi novamente sepultado em São Borja, após receber honras militares em Brasília.
A exumação foi um pedido da família Goulart, realizada para esclarecer se o ex-presidente, deposto pelo golpe militar de 1964, sofreu morte natural ou foi envenenado por uma suposta conspiração de ditaduras do Cone Sul, dentro da Operação Condor.
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