
Pronto desde março e sem receber um barco sequer, o píer em frente ao BarraShoppingSul, na zona sul da Capital, já sofre com vandalismos. A estrutura servirá de embarque e desembarque para passageiros com a ampliação da hidrovia até Guaíba, que ainda não desencalhou.
Inutilizada há cinco meses, a estrutura já sofreu danos: teve lâmpadas furtadas, foi alvo de pichações e serve como ponto de consumo de drogas. A Catsul, empresa responsável pelo serviço, afirma estar pronta para começar a operação, mas entraves no projeto exigido para o transporte hidroviário emperram a inauguração da nova rota.
Conforme a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), alguns itens do documento já estão em fase avançada.
- Estamos finalizando o projeto no que diz respeito à sinalização e à manutenção do canal - garante o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, acrescentando que nos próximos dias deve ter novidades.
Após a entrega dos estudos, cabe à Marinha a análise e autorização para o início do trajeto. Segundo o capitão Carlos Henrique Zampieri, isso não deve se prolongar:
- É preciso que sejam concluídas as normas exigidas para operação do catamarã, sempre visando à segurança dos usuários.
O píer tem extensão total de 100 metros - 70 em terra e 30 sobre água. Com o início do funcionamento, dois novos trajetos serão possíveis: até o Centro Histórico e até o município de Guaíba. A ligação com o Cais Mauá levará cerca de 10 minutos, e, até a cidade vizinha, serão 12 minutos de viagem aproximadamente.
Enquanto isso, quem precisa ir de Porto Alegre a Guaíba ainda gasta o dobro do tempo no deslocamento. Estivesse a extensão da hidrovia em atividade, Caroline Quadros, 27 anos, não perderia uma hora e 15 minutos para ir de sua casa até o local onde trabalha.
Moradora da Rua Coronel Massot, a socióloga trabalha em uma ONG no centro de Guaíba e, diariamente, precisa pegar um ônibus até o Cais Mauá para embarcar no catamarã que a leva ao município vizinho.