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O secretário de Estado americano, John Kerry, admitiu nesta sexta-feira em Berlim que as relações de seu país com a Alemanha atravessam um "período conturbado", após as revelações sobre a espionagem da agência de inteligência americana NSA.
Após uma reunião com seu colega alemão Frank-Walter Steinmeier no aeroporto de Tegel, Kerry assegurou durante uma coletiva de imprensa que os Estados Unidos têm levado a sério o descontentamento dos alemães, particularmente após as revelações sobre o grampeamento do celular da chanceler Angela Merkel.
"Eu quero dizer aos alemães o que não é um segredo, estamos passando por um momento difícil", declarou Kerry.
Questionado sobre o acordo de não espionagem que Berlim deseja firmar com Washington, Kerry foi cauteloso e respondeu que a chanceler Merkel e o presidente Barack Obama "discutem" o caso.
"As discussões vão continuar entre os nossos serviços de inteligência", acrescentou, garantindo que os Estados Unidos estavam comprometidos com as questões de proteção da privacidade.
"Estamos totalmente comprometidos em virar a página (do escândalo da NSA) de uma forma adequada", insistiu.
Kerry, que está a caminho de Munique (sul), onde deve participar da Conferência sobre a Segurança, ressaltou a "longa história de cooperação entre os Estados Unidos e a Alemanha, em casos complicados como a luta contra o terrorismo, segurança e defesa nacional".
As relações entre os dois países se deterioraram significativamente desde o verão passado, quando o ex-consultor da agência de segurança nacional, Edward Snowden, vazou informações sobre as atividades de espionagem em massa da NSA.
Em Munique, Kerry deve reunir-se com líderes da oposição ucraniana.