Às 19h15min de quinta-feira, um vento fraco passou pela casa do reciclador Luís Renato Schultz Pinheiro no bairro Guarita, em Torres (Litoral Norte), e ele achou que seria mais uma chuva de verão. Porém, quando olhou para cima, o teto de sua casa de madeira simplesmente foi levado pelos ares e a chuva desabou sobre o homem e a filha Diohana, de 12 anos.
- Só via as telhas voando. Elas pareciam papelão. Deitei o roupeiro e o colchão em cima da minha guria e já não tinha para onde correr - relata Pinheiro, que perdeu tudo que tinha na residência.
A água chegou à altura do joelho. Com tuberculose, Pinheiro não pode fazer força. Foi impossível evitar que os poucos móveis e eletrodomésticos acabassem inutilizáveis. Conseguiu ajudar um vizinho que é cadeirante.
Após o temporal que derramou 200 milímetros de chuva na cidade entre quinta e sexta-feira, ele recebeu apoio da Assistência Social municipal e foi recolhido a um salão paroquial no bairro Stan. Deve seguir com as outras famílias desabrigadas para a creche João XXIII ainda nesta sexta.
- Perdi tudo, mas graças a Deus não aconteceu nada com a gente - resume.
A prefeitura de Torres e a Defesa Civil fazem, durante a manhã, levantamento nos bairros mais atingidos para auxiliar as pessoas afetadas pela chuva. Ainda não há um número exato de moradores prejudicados pelo mau tempo.