Vanessa Kannenberg / Uruguaiana
A polícia prendeu, na tarde desta terça-feira, em Farroupilha, na Serra, o quarto e último suspeito de envolvimento no sequestro e assassinato de Lonia Gabe, 67 anos, e Antônio Celestino Lummertz, 59 anos. O casal foi levado de casa, em Vale do Sol, no Vale do Rio Pardo, e morto em Rolante, no Vale do Paranhana.
Anderson de Oliveira Cardoso, 20 anos, que assumiu envolvimento no caso, é afilhado da mulher que é considerada mandante do crime. Conforme os investigadores, Marli Machado Martins, mãe de santo de 48 anos, queria se vingar de Lummertz, que a teria denunciado como mandante de outro assassinato, ocorrido em 1999.
De acordo com o delegado Luciano Menezes, titular da Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) de Santa Cruz do Sul, o jovem confessou ter ido a Vale do Sol, um mês antes do sequestro, para descobrir a rotina do casal, disse que ajudou no rapto deles, no dia 2 de fevereiro, e na escolta até Rolante, além de ter levado Lummertz a um tabelionato em Osório, três dias depois.
- Ele contou que a Lonia foi levada junto apenas porque, quando eles chegaram na casa do casal, ela estava lá sozinha. O Lummertz chegou depois e aí acabaram levando os dois - afirma Menezes.
Anderson, assim como a filha de Marli, Michele Martins Justo, 26 anos, que também está presa temporariamente, não teria participado da execução do casal, ocorrida após cinco dias de cárcere privado. Segundo os investigadores, apenas Valdir Ribeiro de Carvalho, 58 anos, e Marli participaram do estrangulamento das vítimas e, depois, da carbonização dos corpos dentro de uma geladeira velha.
Nesta segunda-feira, a polícia recebeu a carta e o vídeo feitos durante o cativeiro do casal. Os documentos, junto com uma câmera fotográfica, foram entregues espontaneamente pelo advogado de Marli.
- Essas provas apenas corroboram nossa hipótese de que Marli obrigou a vítima (Lummertz) a produzir esse novo testemunho para se livrar da condenação antiga e depois matou ele e a companheira para apagar as provas - afirma Teixeira.