
A Ucrânia acusou a Rússia de invadir militarmente uma aldeia situada no lado continental da fronteira administrativa da Península da Crimeia, no sudeste do país, com 80 soldados, helicópteros e veículos blindados. O governo ucraniano afirma que as tropas russas ocupam uma estação de gás.
Segundo a CNN, os russos disseram que estão no local para previnir um possível ataque terrorista contra a estação de gás. O ministério ucraniano dos Negócios Estrangeiros pediu a retirada imediata destas forças e ameaçou responder com todos os meios para parar a invasão militar russa.
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU reagiu, dizendo que se as acusações de Kiev dizendo que a Rússia invadiu o Sul da Ucrânia se confirmarem, "seria uma escalada ultrajante".
- Devemos estudar essas informações - disse a representante dos EUA após o Conselho de Segurança da ONU votar uma proposta que considerava o referendo sobre a anexação da Crimeia à Rússia inválido. A Rússia vetou esta resolução e a China absteve-se.
Na manhã deste sábado, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, havia garantido que seu país "não tem e não pode ter" planos para invadir a região sudeste da Ucrânia.
Soldados ucranianos ficarão na Crimeia após referendo
Vitali Klitschko, candidato à presidência ucraniana, disse ao jornal alemão Bild que os soldados ucranianos na Crimeia permanecerão no local independentemente do resultado do referendo deste domingo
- Nossos soldados permanecerão em seus quartéis na Crimeia - declarou o ex-campeão mundial de boxe e um dos líderes da oposição que levou à deposição do presidente ucraniano Viktor Yanukovytch, em fevereiro.
- Não, não queremos uma guerra, não queremos que os soldados ucranianos e russos tenham que trocar tiros - explicou Klitschko, que pediu "sanções para enviar um sinal claro a Putin e mostrar que tal violação do direito internacional na Crimeia não pode ficar impune".
Cerca de 1,5 milhão de eleitores devem votar neste domingo na Crimeia num referendo onde poderão escolher entre uma anexação à Rússia ou maior autonomia com relação à Ucrânia. A comunidade internacional considera a consulta ilegítima ou inconstitucional, como afirmou neste sábado o Conselho da Europa.