
A Ucrânia se "encontra à beira do desastre", após a "declaração de guerra" feita pela Rússia, declarou neste domingo o primeiro-ministro Arsenii Iatseniuk.
- É o alerta vermelho. Não é uma ameaça, é, na verdade, uma declaração de guerra ao meu país - disse.
- Nós pedimos para que o presidente Putin retire suas forças armadas e cumpra suas obrigações internacionais, assim como os acordos bilaterais e multilaterais entre a Rússia e a Ucrânia - acrescentou.
- Se o presidente russo quer ser o presidente que iniciou uma guerra entre dois países vizinhos e amigos, entre a Ucrânia e a Rússia, ele está perto de alcançar este objetivo. Estamos à beira do desastre - disse Iatseniuk, falando em inglês durante um pronunciamento para a imprensa no Parlamento.
- A Rússia não tinha qualquer razão para invadir a Ucrânia e nós acreditamos que nossos parceiros, assim como toda a comunidade internacional, apoiarão a manutenção da integralidade do território ucraniano, e farão o possível para impedir este conflito militar provocado pela Rússia - afirmou.
A Ucrânia anunciou neste domingo a convocação de seus reservistas após a ameaça russa de intervenção militar em seu território.
Ucrânia mobiliza reservistas do exército
A Ucrânia mobilizará seus reservistas para garantir a segurança e a integridade de seu território, anunciou, neste domingo, o diretor do Conselho de Segurança Nacional, após autorização do parlamento russo para o uso da força da Ucrânia.
O diretor do Conselho, Andreii Parubii, afirmou que o ministério da Defesa deve "chamar todos aqueles necessários pelas Forças Armadas neste momento".
O objetivo desta medida é, segundo informou, "garantir a segurança e a integridade territorial da Ucrânia", após "a violação dos acordos bilaterais por parte da Rússia, em especial sobre a frota do Mar Negro".
- O ministério da Defesa deve organizar exercícios de treinamento com os reservistas dentro dos prazos estabelecidos pelo Estado Maior do exército - acrescentou, sem dar mais detalhes.
- Precisamos de um exército unido - disse.
A pedido do presidente russo, Vladimir Putin, o Senado do país aprovou, neste sábado, o uso das forças armadas no território ucraniano, "até que a situação política se estabilize na Ucrânia".
Papa Francisco pede diálogo na Ucrânia
O papa Francisco pediu, durante a cerimônia dominical do ngelus, que as partes envolvidas nos conflitos na Ucrânia superem sua "incompreensão" mútua e pediu para que a comunidade internacional faça o possível para promover o diálogo.
Pedindo aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro que rezassem pela Ucrânia, o papa desejou que "todas os lados no país trabalhem para superar suas diferenças". Ele também fez um apelo para que "a comunidade internacional apoie qualquer iniciativa em favor do diálogo e da harmonia".
Os católicos são numerosos no oeste da Ucrânia, majoritariamente europeu, enquanto os cristãos ortodoxos dominam o leste do país, mais próximo à Rússia.
O pedido do Papa ocorre no momento em que a Rússia ameaça intervir militarmente na Ucrânia, especialmente na península autônoma da Crimeia, alimentando o temor do Ocidente de uma possível divisão do país.