Uma gaúcha de 19 anos está entre as dezenas de modelos estrangeiras presas pela polícia chinesa no último dia 8. A garota, que trabalhava desde fevereiro na Ásia, foi detida durante uma operação que combatia a presença de trabalhadores ilegais no país.
A pedido da família, Zero Hora preserva a identidade da modelo, natural do litoral norte gaúcho e que residia em Santa Catarina. A garota, que realiza campanhas publicitárias e desfiles desde a infância, já passou uma temporada no México e acertou no começo de 2014 um contrato de seis meses na Ásia, sendo quatro na China e dois em Hong Kong.
- É uma angústia que se arrasta há uma semana. Não conseguimos contato direto com ela e não sabemos com clareza o que vai acontecer, se ela ficará muito tempo presa ou se será deportada - afirma o pai da jovem.
A prisão ocorreu na quinta-feira, 8 de maio. A polícia chinesa simulou uma seleção de modelos, reuniu candidatas em um prédio e realizou as prisões. Foram detidas cerca de 60 modelos de países da América e da Europa, que estavam com a documentação irregular. trabalho faria parte de uma ofensiva que acontece na China contra trabalhadores ilegais.
A jovem gaúcha viajou para Pequim com visto de negócios, porém, para atuar como modelo seria necessário outro tipo de documento, com a liberação mais demorada, fato que só foi repassado à família depois da prisão. As informações iniciais indicavam que a garota ficaria até 72 horas detida, com possibilidade de ser deportada.
Com a demora, no sábado passado a família procurou por telefone a embaixada do Brasil em Pequim, que já conseguiu contato com a jovem, que estaria detida na mesma cidade.
Procurado por ZH, o Itamaraty afirma que o setor consular da embaixada na cidade chinesa foi acionado para auxiliar uma brasileira, mas não confirma a prisão nem repassa outros dados sobre o caso. Os diplomatas mantêm contato com a família e com as autoridades chinesas.
Os relatos obtidos até o momento indicam que a modelo não sofreu agressões, mas está abalada e tem se alimentado a base de arroz e leite de soja. Ex-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, o deputado Vieira da Cunha (PDT-RS) também foi procurado pela família da jovem. O parlamentar contatou, por meio de ofícios, as embaixadas brasileira na China e chinesa no Brasil. ZH procurou a embaixada chinesa no Brasil, que não comentou o caso.