Os usuários do transporte coletivo de Florianópolis, Rio de Janeiro e São Luís ainda enfrentaram problemas. Nas três capitais, pelo menos uma parte dos ônibus não circula devido a greve dos rodoviários. A categoria reivindica, entre outras coisas, maior reajuste salarial.
Em Salvador, na Bahia, a greve chegou ao fim após acordo do sindicato dos rodoviários com os empresários do setor no início da tarde. No turno da manhã, somente 10% da frota da capital baiana estava circulando com escolta policial.
No Rio de Janeiro a adesão ao movimento é pequena, cerca de 10% da frota não saiu das garagens nesta quarta-feira. Em São Luís, capital do Maranhão, motoristas e cobradores das 25 empresas responsáveis pelo serviço não estão trabalhando, a polícia não registrou nenhum princípio de confusão. Da mesma forma, em Florianópolis, no Estado vizinho, a paralisação foi total.
Confira a situação nas quatro Capitais:
Florianópolis - SC
A paralisação dos rodoviários na capital catarinense foi decidida em assembleia na noite de terça e começou a partir da meia-noite desta quarta-feira. A maior parte dos ônibus que atuam na Região Metropolitana de Florianópolis não deixou as garagens. Segundo Vinícius Coferri, diretor de planejamento da Secretaria de Mobilidade Urbana da Capital, cerca de 250 mil passageiros foram afetados pela paralisação - 140 mil só na Capital. Aproximadamente 950 ônibus estariam parados na Grande Florianópolis.
Desde às 6h, a prefeitura de Florianópolis começou a disponibilizar o serviço de vans como transporte alternativo. Às 7h, poucas circulavam pelo município. Cerca de 200 veículos serão utilizados ao longo do dia. Vale ressaltar que a paralisação atinge a Região Metropolitana e que essas vans e micro-ônibus estão circulando apenas na Capital.
A decisão de parar por 24h foi tomada por unanimidade em uma assembleia do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Urbano, Rodoviário, Turismo, Fretamento e Escolar de Passageiros da Região Metropolitana de Florianópolis (Sintraturb). A principal motivação para a paralisação dos rodoviários é a redução no número de cobradores dos ônibus com a implantação do novo edital do transporte coletivo.
Rio de Janeiro - RJ
Poucos rodoviários aderiram à greve de 24 horas convocada por um grupo dissidente do sindicato da categoria na capital carioca, segundo o jornal O Globo. De acordo com Lélis Teixeira, presidente da Rio Ônibus, o sindicato das empresas de ônibus da cidade, cerca de 90% da frota estão nas ruas. Na maioria dos casos, os horários de saída das garagens estão sendo cumpridos no Rio de Janeiro.
A região mais afetada pela greve de parte dos motoristas e cobradores de ônibus do município é a Zona Oeste, onde o número de coletivos é reduzido, principalmente, nos bairros Santa Cruz e Guaratiba. Para se locomover dessas localidades por meio de transporte coletivo para o centro ou zona sul da cidade, a população carioca se vê obrigada a pegar os ônibus expressos, que custam R$ 13,50.
Salvador - BA
Terminou na tarde desta quarta-feira a greve dos rodoviários na capital baiana. Segundo o sindicato da categoria, os trabalhadores aceitaram voltar ao trabalho depois que um aumento no valor dos vales-refeição foi autorizado - dos R$ 12 propostos inicialmente pelos empresários do setor, para R$ 14.
O restante do acordo é o mesmo que havia sido proposto na segunda-feira, com reajuste salarial de 9% (os trabalhadores reivindicavam 12%) e diminuição da carga horária diária de oito para sete horas. Os empresários também teriam se responsabilizado a iniciar um programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) nas empresas a partir do próximo ano.
Uma assembleia realizada neste início de tarde, com a participação de aproximadamente 3 mil empregados do sistema de transporte de Salvador, decidiu pelo retorno imediato ao trabalho. A expectativa do presidente do sindicato, Hélio Ferreira, é que os ônibus voltem a circular ainda na tarde desta quarta.
São Luiz - MA
A greve dos rodoviários afeta 100% da frota de ônibus da capital do Maranhão. Nesta quarta-feira a paralisão entrou em seu 7º dia e não há previsão de quando a situação será normalizado, devido a impasse entre o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Maranhão (Sttrema) e os empresários do setor.
Apesar do sindicato da categoria ter baixado para 11% sua proposta de reajuste salarial, os empresários mantiveram a posição de não conceder aumento de salário aos motoristas e cobradores. Cerca de 750 mil pessoas seguem sem poder usar coletivos na cidade.
* Zero Hora
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