Uma paquistanesa grávida de três meses foi espancada até a morte nesta terça-feira por membros de sua própria família por se casar com o homem de sua escolha, informou a polícia.
Farzana Iqbal, de 25 anos, foi atacada em frente ao tribunal de Lahore por mais de doze pessoas, incluindo seu pai e seu irmão, informou o investigador Rana Akhtar à AFP. Ela havia comparecido ao tribunal para defender seu marido contra as alegações, feitas por sua família, de que ele a havia sequestrado e obrigado a se casar com ele.
Segundo Akhtar, entre 28 e 30 pessoas atacaram a jovem.
- Primeiro o irmão abriu fogo com uma arma, mas não a atingiu. Ela tentou correr, mas caiu - disse o investigador.
- Os parentes a alcançaram e então a espancaram até a morte com tijolos - declarou.
Mohammad Mushtaq, outro policial, confirmou o incidente. Mushtaq informou que a polícia abriu uma investigação a pedido do marido de Farzana, Iqbal, que também tem outra esposa.
- Ela estava aqui para dizer ao tribunal que se casou por sua própria vontade - declarou o advogado de Farzana, Rao Mohammad Kharal.
Muitas mulheres paquistanesas não têm voz na decisão de seu casamento, já que acredita-se que desobedecer os desejos de seus parentes leva vergonha à família. No ano passado, 869 mulheres morreram nos chamados "crimes de honra", de acordo cm uma Comissão de Direitos Humanos independente do Paquistão.
- Estes crimes persistem devido à impunidade dos assassinos - declarou a Comissão em um relatório.
*AFP