Desde o começo da manhã desta quinta-feira, mobilizações populares ocorrem em diferentes pontos de Porto Alegre. Parte dos protestos segue a agenda nacional de manifestações contra a Copa do Mundo, que marca o Dia Internacional de Lutas Contra a Copa - batizado de 15M. Estudantes, coletivos, militantes políticos, servidores públicos e entidades médicas ergueram suas bandeiras, defendendo diferentes reivindicações.
À tarde, estão previstas outras manifestações na Capital, organizadas por centrais sindicais, pelo Bloco de Luta pelo Transporte Público e pelo Comitê Popular da Copa de Porto Alegre. São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte também devem ser palco de movimentos, o que pode significar a retomada dos grandes protestos de rua, assim como os ocorridos em junho de 2013.
Confira os protestos ocorridos nesta manhã em Porto Alegre
Avenida Ipiranga
Antes das 8h da manhã, integrantes do coletivo Juntos e alunos do Colégio Protásio Alves bloquearam o trânsito em frente à instituição, na Avenida Ipiranga. Lucas Maróstica, do Juntos, disse que o objetivo dos protestos é mostrar a contrariedade em relação aos gastos com a realização do Mundial no Brasil. O movimento repudia, também, "a criminalização dos ativistas e movimentos sociais" e "as leis antiprotestos", de acordo com texto assinado pelo coletivo.
Foto: Eduardo Rosa, Agência RBS
Paço Municipal
Trabalhadores ligados ao Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) protestaram em frente à prefeitura da Capital, no Centro Histórico, e saíram em caminhada até a Secretaria Municipal da Educação. Carregando bandeiras e exibindo cartazes, eles pedem reajuste salarial de 20%, vale-refeição no valor de R$ 23, valorização do trabalhador e serviço público de qualidade. Funcionários de diferentes órgãos da prefeitura participam da mobilização, que também critica os gastos com a Copa do Mundo. Além do Simpa, o protesto reúne representantes da Central Sindical e Popular Conlutas (CSP-Conlutas), do coletivo Juntos e militantes do PSOL e PSTU.
Centro Histórico
Em greve há quase dois meses, servidores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) protestaram em caminhada nesta manhã no Centro Histórico de Porto Alegre, que terminou no Largo Glênio Peres. Os manifestantes pressionam o governo federal para que sejam abertas as negociações com a categoria. Os servidores também adotam uma postura crítica em relação à Copa, contestando os gastos com estádios e o que consideram falta de investimentos nas universidades.
Abraço ao São Pedro
Na manhã desta quinta-feira, ocorreu o protesto batizado de "Abraço ao São Pedro", em frente ao Hospital Psiquiátrico São Pedro, na Avenida Bento Gonçalves. Convocada pelos sindicatos ligados à área da saúde e entidades ligadas à comunidade, a manifestação cobra a revisão da Lei Antimanicomial e o não desmonte da instituição. Entre as entidades que participaram da mobilização, que se encerrou por volta do meio-dia, estão representantes do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) e a Associação Brasileira dos Usuários de Plano de Saúde (Abrasus). O ato não tem ligação com as manifestações contrárias à Copa.
Ao mesmo tempo, trabalhadores, estudantes e usuários de serviços de saúde mental promoveram ato em defesa da transformação do São Pedro. A ação integra a Semana de Luta Antimanicomial. Durante a açõa, a diretora do Departamento de Ações em Saúde da Secretaria Estadual da Saúde, Károl Cabral, disse que a política de desinstitucionalização do atendimento do hospital não significa fechamento do espaço.
Foto: Simers, Divulgação
*Zero Hora
