Um grupo do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio de Janeiro (Sintraturb) admitiu a possibilidade de paralisação por tempo indeterminado, a partir da próxima segunda-feira, se o prefeito Eduardo Paes não abrir um canal de negociação com a categoria. Na sexta-feira, os trabalhadores farão uma nova assembleia, às 16h, na Central do Brasil.
Segundo representantes do grupo, durante a paralisação, 60% dos rodoviários aderiram ao movimento. Já a Rio Ônibus, sindicato que representa as empresas de transporte, informou que 90% da frota circulou pela cidade durante todo o dia, com apenas 10% de adesão à paralisação.
O motorista Jonatas Alves, que faz parte do movimento grevista, disse que muitos ônibus estão sendo dirigidos por pessoas que não são funcionárias das empresas:
- As empresas estão contratando qualquer um para dirigir os ônibus, muitas pessoas com carteira D estão indo para as portas das garagens e acabam sendo pagos para guiar os ônibus durante a greve. A maioria nem está usando uniformes, justamente por não serem funcionários. Por isso a população tem a impressão de que a adesão dessa vez foi menor - disse o motorista.
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Os rodoviários querem que o prefeito os recebe para discutir as principais reivindicações: reajuste salarial de 40%, cesta básica de R$ 400 e fim da dupla função. O acordo fechado entre o sindicato e a Rio Ônibus concedeu um reajuste de 10% no salário e aumento da cesta básica para R$ 150, com desconto de R$ 10 na folha de pagamento.
A cobradora Maura Gonçalves contou que empresários estão pagando para motoristas furarem a greve:
- Eu mesma vi nas garagens. Chegam a oferecer R$ 300 para tirarem o carro da garagem. Muitos motoristas ficam com medo, se sentem ameaçados, porque dependem do emprego.
A Rio Ônibus informou, em nota, que durante a paralisação de hoje, 15 ônibus foram depredados, aumentando para 720 o número de coletivos atacados em quatro dias de greve. O sindicato patronal rebateu a acusação de que motoristas sem treinamento conduziram ônibus ao longo do dia e disse que a presença da Polícia Militar nos portões das garagens, "aumentou a sensação de segurança dos rodoviários e isso fez com que os motoristas fossem trabalhar".
*Agência Brasil
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