Foram seis dias de cuidados especiais no Centro de Reabilitação de Animais Marinhos, em Rio Grande, no sul do Estado. Fortalecidas para voltar ao habitat de origem, duas tartarugas marinhas foram soltas na beira da Praia do Cassino na manhã desta sexta-feira, reunindo biólogos, educadores ambientais e alunos de uma escola pública da cidade.
Um dos répteis foi localizado próximo à Lagoa do Peixe; outro, na própria Praia do Cassino. As tartarugas-verdes, da espécie Chelonia mydas, apresentavam sinais de fraqueza e ferimentos nas nadadeiras, ocasionados por redes de pesca.
- Foi preciso muita observação, já que, com as nadadeiras debilitadas, os animais poderiam se afogar - afirmou a bióloga Sílvia Gastal.
Cerca de 90% das tartarugas que chegam ao Cram têm problemas relacionados à ingestão de lixo. Para resolvê-los, hidratação intensiva e medicação laxativa para que os animais pudessem expelir restos de plástico e de isopor - revelando que o mar anda servindo de lixeira para muita gente.
- Já teve tartaruga que ingeriu bolinha de gude, chiclete, balão, etiqueta de roupa - diz Sílvia.
Uma das maneiras de atestar que os bichos estão livres de lixo no estômago é verificar se eles conseguem afundar na água. Se sim, estão prontos para serem devolvidos ao mar.
Não foi possível precisar o sexo das duas tartarugas-verdes - que a esta altura já estão em oceano aberto, procurando águas mais ao norte para se reproduzir. São exemplares juvenis, de aproximadamente 35 centímetros de comprimento (adultos desta espécie podem chegar a 1,40 metro). No Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, são espécies classificadas como vulneráveis.
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