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A Universidade Federal do Rio Grande (Furg), a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e a Universidade Federal do Pampa (Unipampa) - que já adotam o Sisu como sistema de ingresso desde 2010 - veem com bons olhos a decisão da UFSM. Ao suspender o vestibular tradicional e acolher o Enem, a expectativa é de reduzir a concorrência, diminuir a evasão e tornar o ambiente universitário mais inclusivo.
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- Quanto maior o número de universidades públicas que utilizarem esse sistema, mais bem distribuídos estarão os estudantes. Além disso, o fato de a UFSM adotar o Sisu deve diminuir o índice de desistências e, consequentemente, o número de processos administrativos e burocráticos - opina o pró-reitor de graduação da UFPel, Álvaro Moreira Hypolito.
Para aumentar as chances de conseguir vagas em instituições públicas de ensino superior, muitos candidatos, no mesmo ano, prestavam o Enem e, também, o vestibular na UFSM. Chegavam a se matricular, via Sisu, na vaga pretendida, mas desistiam ao ver o nome entre a lista dos aprovados no processo seletivo do centro do Estado.
- Agora, o candidato tem mais uma possibilidade de escolha e as universidades não precisam mais concorrer entre si - diz a pró-reitora de graduação da Furg, Denise Maria Varella Martinez.
A UFSM, a exemplo das outras universidades que adotam o sistema, deve também se tornar um ambiente cultural mais diverso e democrático.
- Tem sido ótimo receber estudantes de fora, trocar culturas e reafirmar a filosofia da universidade inclusiva, que tanto prezamos - afirma ela.
Em 2009, quando adotava o vestibular normal, apenas 7% dos ingressantes eram de fora do Estado na UFPel e 3% na Furg. Ano passado, o percentual aumentou para 16% e 12%, respectivamente.
- Os dirigentes das universidades públicas têm discutido com o Ministério da Educação medidas de assistência estudantil, como moradia, transporte e alimentação, que permitam não só o ingresso, mas a permanência desses alunos - destaca Hypolito.
O coordenador do processo seletivo da Unipampa, Carlos Aurélio Dilli Gonçalves, também só vê vantagens. Para ele, o Sisu é um sistema de ingresso democrático e que não deixa vagas vazias, além de ser econômico ao candidato, já que ele presta o Enem em sua cidade, sem precisar se deslocar.
- A UFSM entrar no sistema mostra uma tendência natural entre as universidades federais. É um avanço - diz.