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O grupo fundamentalista somali shebab assumiu a autoria do ataque que matou 49 pessoas no domingo à noite, em uma nova ação contra uma localidade costeira perto do arquipélago turístico de Lamu, no leste do Quênia, abrindo fogo contra hotéis, restaurantes e prédios públicos.
O ataque é o mais violento desde da ação de um comando shebab contra o shopping Westgate de Nairóbi, em setembro de 2013, que terminou com 67 mortos.
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O chefe de polícia David Kimaiyo não hesitou em atribuir imediatamente o ataque a ativistas shebab da vizinha Somália, cuja fronteira fica 100 km ao norte.
Além de reivindicar o ataque, o grupo ligado à Al-Qaeda afirmou que os turistas e estrangeiros residentes devem deixar o país.
O grupo explicou em um comunicado que o ataque foi uma vingança contra o governo do Quênia, que "oprime brutalmente os muçulmanos através da coação, intimidação e assassinatos ilegais de acadêmicos muçulmanos".
Os moradores estavam em choque nesta segunda-feira. Entre os escombros ainda era possível ouvir os gritos de dor.
No interior das modestas residências havia cadáveres em meio à poças de sangue. Equipes da Cruz Vermelha tentavam prestar ajuda aos feridos.
Quase 50 homens cometeram o ataque durante a transmissão da Copa do Mundo na localidade de Mpeketoni, que fica a 30 km da cidade turística de Lamu, que é considerada patrimônio da humanidade pela Unesco.
Segundo fontes locais, a região de Mpeketoni tem principalmente cristãos, enquanto na costa, onde ficam os turistas ocidentais, a maioria é muçulmana.
A tensão não para de aumentar desde março, quando os atentados ganharam intensidade, especialmente na costa do Oceano Índico, com ameaças a zonas turísticas.
O ataque em Mpeketoni eleva a 77 o número de mortos desde o início de 2014 no Quênia em ações atribuídas aos shebab ou a seus simpatizantes.
Os shebab ameaçaram com represálias depois que o Quênia enviou seu exército para combater os extremistas na Somália, em outubro de 2011.
*AFP