O domingo está sendo um dia de avaliar prejuízos e tirar a lama que invadiu casas e comércio em Iraí, no norte do Estado. O nível dos rios Mel e Uruguai está baixando na cidade, onde chove desde segunda-feira - 1,3 mil pessoas ficaram desalojadas e desabrigadas, conforme a Defesa Civil do Rio Grande do Sul.
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No número 332 da Rua Torres Gonçalves, no Centro, Gilson Cezar de Almeida começou cedo a faxina, com a ajuda de familiares e amigos. A residência de madeira e alvenaria onde mora há duas décadas teve o primeiro andar submerso. No segundo, um caldo marrom deixou uma marca 1,80m acima do assoalho.
Enquanto trabalhava com baldes e vassouras, o grupo ainda não tinha certeza de quando poderia voltar e do que foi perdido. Apesar de ter visto a água tomando conta de sua casa na quinta-feira, o sargento da Brigada Militar, de 42 anos, não conseguiu tirar tudo. Armários, cadeiras e fogão à lenha ficaram para trás.
- A gente está fazendo uma limpeza, mas vai esperar mais uns dois dias até secar. Também tem que ver se vai firmar o tempo. Não confio mais em previsão - conta.
No sábado, uma equipe do Exército fez o trabalho de reconhecimento na cidade e, neste domingo, o efetivo deve começar a trabalhar no apoio às famílias afetadas. Iraí é uma das cidades mais castigadas pela enxurrada.
- Esta cheia foi igual à da 1983 (considerada a pior da história). Quando vi a água chegando na minha área, larguei tudo. Não sei o que estragou, ainda não entrei lá - diz a dona de casa Doroti Casales, 50 anos, moradora da Rua Independência.