A regularidade e a violência com que gangues atacam os postos de combustíveis em Porto Alegre estão tornando a profissão de frentista um trabalho de alto risco. A sensação de ser a próxima vítima causa estragos reais entre os profissionais, como doenças e abandono do emprego.
Frentistas desenvolvem técnicas para fugir de assaltos
Há dois anos, consolidou-se a média de 26 ataques mensais a postos. Policiais, donos de estabelecimentos e frentistas concordam que a violência tem a ver com a popularização do uso do crack. Jovens dependentes usam os postos como uma espécie de caixa rápido para conseguir o dinheiro para a droga.
Os números oficiais demonstram uma carência de informações sobre assaltos no setor. Na Secretaria da Segurança Pública do Estado, as ocorrências de ataques aos postos caem na vala comum dos roubos.
Como a maioria dos 275 postos de Porto Alegre - 2,8 mil no Rio Grande do Sul - são empresas pequenas e familiares, o Sindicato do Comércio Varejista de Combustível e Lubrificantes (Sulpetro) tem dificuldades em coletar informações entre os seus associados. Os obstáculos são semelhantes para o Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados (Sitramico), que abrange os 3 mil frentistas da Capital (são 30 mil no Estado).
Durante uma semana, Zero Hora percorreu 40 postos de combustíveis (escolhidos ao acaso, em todas as regiões de Porto Alegre), conversou com frentistas, proprietários e dirigentes de sindicatos das categorias e assistiu às imagens gravadas pelas câmeras de segurança dos roubos.
Os assaltos com arma de fogo são os mais frequentes. Veja nas imagens como agem os ladrões:
Outra tática dos assaltantes é a prática de arrastões. Eles chegam em bando nos postos, sem que exista a possibilidade de reação por parte dos funcionários:
Neri Lopes, 70 anos
Foto: Ricardo Duarte/Agência RBS
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