
Logo depois de saber da vitória, a presidente eleita do Cpers, Helenir Oliveira, conversou com ZH por telefone. Aos 60 anos, a professora de Português planeja reconquistar a categoria, retomando o diálogo e mantendo-se à margem da política. Confira os principais trechos da entrevista:
A senhora esperava o resultado?
Nas nossas andanças pelo Estado, percebemos um alto grau de indignação na categoria. Muitos votaram na nossa chapa, mas nem todos participaram da eleição, justamente por esse sentimento. Eu sou da velha guarda, do tempo em que o sindicato ouvia os professores. Vamos retomar isso.
Como a senhora pretende reconquistá-los?
Ouvindo, discutindo com eles, indo até as escolas. Faremos com que a categoria volte a se sentir representada.
Como será a relação do Cpers com o governo estadual?
Queremos que a capacidade de dialogar e de negociar seja a nossa marca. Não achamos que, para ser combativo, o sindicato precisa fazer uma greve todos os anos. Vamos buscar avanços para a categoria e voltar a discutir a educação.
Para os adversários, a sua candidatura foi forjada pelo Palácio Piratini. O que a senhora tem a dizer sobre isso?
Fico triste ao ver educadores que deveriam estar formando jovens com olhar crítico fazerem esse tipo de comentário. Quando começaram a falar isso, eu decidi que não perderia tempo respondendo. Nós vamos fazer a luta sindical independentemente do governo e de partidos políticos. Aqueles que me chamam de governista são justamente os que enfraqueceram o Cpers.
A senhora se considera moderada?
Se alguém acha que ser moderado é ser capaz de negociar e não participar de baderna, então eu me considero moderada.
Existe a possibilidade de haver novas greves na sua gestão?
Quem vai responder isso é a categoria. A iniciativa terá de surgir das escolas, e não da direção do sindicato.