Vanessa Kannenberg / Uruguaiana
A duplicação de 33,4 quilômetros da BR-386, uma das rodovias mais importantes do Estado não só pela densidade do fluxo, mas pelos nós de conexão entre diversas regiões, era para ser uma obra-exemplo.
Com prazo de conclusão de 24 meses, as empresas que venceram a licitação pretendiam entregar a obra na metade do tempo. A burocracia e a lentidão dos órgãos públicos, no entanto, transformaram o sonho em uma sucessão de atrasos. O prazo para finalizá-la venceu em novembro do ano passado, foi prorrogado para maio e, agora, é prometida para outubro.
Em mais um capítulo, nesta segunda-feira, por pouco, a obra não foi paralisada. Com o termo de cooperação vencido há oito meses, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu) ameaçou interromper o trabalho de acompanhamento e gestão ambiental em função da ausência de contrato com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Sem a equipe de universitários, professores e técnicos junto à obra, legalmente, as máquinas não poderiam operar.
- Tínhamos tarefas que não haviam sido concluídas até setembro, então continuamos executando o trabalho, pelo qual já havíamos recebido, e terminamos em maio - esclarece o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ariovaldo Bolzan, responsável pelo processo pela Fapeu.
Na sexta-feira, último dia útil antes do prazo dado pela Fapeu, o Dnit apresentou o novo contrato, que só deve ser assinado nos próximos dias, após publicação no Diário Oficial da União. Pelo acordo, a fundação assume o serviço por mais 18 meses. O valor do contrato não foi informado.