
A animosidade entre judeus e palestinos resultou em uma nova escalada de violência, a partir de meados de junho, devido a uma série de incidentes envolvendo extremistas de ambos os lados.
O conflito na Faixa de Gaza decorrente dessa crise, que já matou centenas de palestinos mortos e dezenas de israelenses, teve início no dia 12 de junho após o sequestro de três jovens judeus - o que provocou reações cada vez mais violentas dos dois lados da fronteira.
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Os três adolescentes foram raptados perto de Gush Etzion, um bloco de colônias localizado entre as cidades palestinas de Belém e Hebron, no sul da Cisjordânia. Israel acusou o movimento islamita Hamas pelo desaparecimento, que negou participação no caso. O governo israelense deslocou militares para a região a fim de realizar buscas, prendeu dezenas de membros do Hamas e matou pelo menos cinco palestinos, enquanto foguetes começaram a ser disparados da Faixa de Gaza contra o território de Israel.
A tensão ficou ainda maior em 30 de junho, quando os corpos dos jovens judeus foram localizados com marcas de tiros. O vice-ministro israelense da Defesa, Danny Danon, declarou em um comunicado: "Os israelenses têm a vontade e a determinação para suportar uma longa operação para erradicar o Hamas". O grupo palestino respondeu à ameaça:
- Se os ocupantes lançarem uma escalada, ou uma guerra, abrirão as portas do inferno contra eles próprios - declarou um porta-voz do Hamas em Gaza.
Em retaliação às mortes dos adolescentes, dois dias depois da descoberta dos corpos um jovem palestino de 16 anos foi sequestrado e queimado vivo. Seis suspeitos judeus extremistas foram presos, e três deles confessaram o crime. Disparos de foguetes a partir de Gaza, seguidos por bombardeios israelenses de retaliação e confrontos esporádicos na Cisjordânia, aumentaram o temor de uma situação de violência generalizada. No dia 8 de julho, a aviação de Israel passou a realizar ataques aéreos contra a Faixa de Gaza, que antecederam uma operação militar por terra.
A crise foi deflagrada apenas um mês depois da criação de um governo de unidade nacional para a Palestina. Em 23 de abril, Hamas e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) assinaram um acordo de reconciliação que propiciou a formação do governo no início de junho. A união foi criticada por Israel.