Veja no mapa a área ocupada:
Uma tripa de terra de sete metros de largura por 400 metros de comprimento é motivo de disputa em uma área residencial na zona norte de Porto Alegre.
Alguns moradores da região do entorno da praça Província de São Pedro, no bairro Protásio Alves, ocupam a área desde o dia 20 de junho. Ao todo, 20 casas improvisadas estão em um local onde há bastante lama causada pelas chuvas das duas últimas semanas.
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A parte ocupada fica entre duas ruas paralelas (ver mapa abaixo): a Padre Máximo Coghetto e a Marieta Mena Barreto.
Os moradores do loteamento improvisado argumentam que o terreno - conhecido como Beco da Servidão - fica entre a praça e uma propriedade privada e que não pertenceria a ninguém.
- A gente só quer um lugar para morar - disse a manicure Maristela Silva, que está com uma pequena casa da estreita faixa de terra.
Não é o que dizem os arquivos da prefeitura. De acordo com a Secretaria Municipal da Fazenda (SMF), o terreno é do município. De acordo com a prefeitura, a área, que se estende até a Avenida Protásio Alves, foi destinada à passagem de pedestres, mas não há previsão de início obras para a construção de calçamento e iluminação para passeio público no local.
Os técnicos da Secretária Municipal do Meio Ambiente (Smam) foram na manhã desta quinta-feira fazer a notificação da invasão, mas o líder do grupo não foi encontrado. Agora o processo vai voltar para a SMF, que vai encaminhá-lo à Procuradoria-geral do Município PGM, que, por fim, vai analisá-lo e decidir se entra com pedido de reintegração de posse.
À Smam chegou a reclamação de que as árvores do local estavam sendo cortadas. A secretaria diz que nada pode ser feito até que as famílias deixem o local. Só então os danos ambientais poderão ser medidos. Zero Hora foi até o local depois da ocupação e observou o terreno limpo, com poucas árvores e bastante barro.
Luciano Dornelles, um enfermeiro que trabalha no posto de saúde Morro Santana, limítrofe ao terreno ocupado, disse que os invasores da área têm cadastro na unidade onde trabalha, já que muitos moram com os familiares em edifícios na região:
- A comunidade teme que a área se torne uma grande vila.