Uma reunião no Rio,quinta-feira, deve deixar mais claro o tamanho do problema criado para o polo naval do Jacuí pela crise financeira da Iesa. No encontro, chamado pela Petrobras, cresce a chance de ser confirmado o cancelamento da encomenda de ao menos parte dos 24 módulos de plataformas contratados pela estatal.
Informações de integrantes do governo gaúcho que acompanham as negociações e do prefeito de Charqueadas, Davi Gilmar, indicam que a Petrobras já comunicou à Metasa, uma dos principais fornecedoras da Iesa, que a empresa não deve continuar a montar os chamados pancakes (estruturas metálicas que formam uma espécie de lastro nas plataformas) da P-70 e da P-71. Parte dos pancakes da P-70 já teriam sido concluídos.
Isso significaria o cancelamento da construção de oito dos 24 módulos acertados com a Iesa, contrato de US$ 800 milhões.Mesmo que os indícios não sejam de um desfecho positivo, o prefeito de Charqueadas diz ainda ter esperança de uma reviravolta.
- Vamos tentar reverter a decisão da Petrobras - avisa Gilmar, que estará no Rio.
Outras fontes envolvidas nas tratativas com a Petrobras apontam que um dos maiores desafios agora será encontrar uma alternativa para manter no Estado a produção dos demais 16 módulos que seriam fabricados pela Iesa. Existe a chance de que a Petrobras, pressionada para aumentar de forma rápida a extração de petróleo, decida levar as encomendas para o Exterior.
Zero Hora fez contato com a Metasa, mas a empresa evitou fazer comentários. A Petrobras não se manifestou.