
O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), José Heitor Müller, afirmou nesta sexta-feira, que o setor aguarda uma série de medidas impopulares para impulsionar a economia e favorecer a competitividade brasileira depois das eleições.
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- A nossa indústria não cresce desde 2007 praticamente. É urgente, portanto, que se mexa na questão da economia brasileira, que teve um momento muito bom no passado recente, em uma aposta de beneficiar o consumo. Só que aparentemente hoje já não faz tanto efeito - disse em entrevista coletiva em Porto Alegre, e ainda citou o aumento do preço dos combustíveis como uma destas ações:
- A nossa Petrobras está com muita dificuldade, e isso não é bom. Ela precisa de um realinhamento (de preços) meio urgente.
Müller conversou com jornalistas antes de tomar posse para seu segundo mandato à frente da Fiergs, em cerimônia que ocorrerá nesta sexta-feira, às 20h, com a presença da presidente Dilma Rousseff. Ele interrompeu duas vezes a entrevista para atender ligações da equipe do Palácio do Planalto, que estava reorganizando a agenda de Dilma no Rio Grande do Sul. A programação original previa uma agenda em Uruguaiana para esta tarde, em que a presidente sobrevoaria locais atingidos pelas chuvas, mas o compromisso foi transferido para sábado. No entanto, a participação no evento da Fiergs foi mantida.
O presidente da entidade evitou responder se faria algum pedido especial do setor à presidente nesta noite, mas se queixou da intervenção do governo federal na economia. Ele criticou, especialmente, a falta de previsibilidade para os empresários.
- Acho que qualquer interferência é demais. Nossa questão é que as intervenções são de curto prazo sempre, para a indústria isso é ruim. Quando você começa a investir, aquilo que está valendo cai. Precisamos de modelos mais perenes - afirmou.
Segundo Müller, buscar a melhora do ambiente de negócios estará entre as prioridades de sua nova gestão, assim como a simplificação do sistema tributário brasileiro e o aumento da produtividade. A redução da taxa de juros também está na lista, algo que, de acordo com ele, deve ocorrer já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que na última quarta-feira decidiu manter a Selic inalterada em 11% ao ano.
