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Ataques aéreos

Veja os 10 principais casos de aviões civis abatidos na história

Aeronave da Malaysia Airlines pode ter sido atingida por um míssil e vitimado 298 pessoas



Veja a rota da aeronave, local da queda e as possíveis causas do acidente:
Confira fotos do local do acidente com o Boeing:

DOMINIQUE FAGET / AFP
Destroços ocuparam área da cidade de Grabove, na região de Donetsk

A queda de uma aeronave comercial malaia nesta quinta-feira, que voava de Amsterdã a Kuala Lumpur, pode ter sido provocada por um míssil. Os destroços do avião da Malaysia Airlines foram localizados no leste da Ucrânia, próximo a Donetsk. 298 pessoas estavam a bordo.

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O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, declarou que não exclui a possibilidade de o avião malaio ter sido abatido:

- Este é o terceiro caso trágico nos últimos dias, após os aviões An-26 e Su-25 das forças armadas ucranianas serem derrubados a partir do território da Rússia - disse Poroshenko, citado em um comunicado da presidência.

- Nós não excluímos a possibilidade de que este avião possa ter sido abatido e ressaltamos que as forças armadas ucranianas não efetuaram disparos que possam ter atingido alvos no ar - acrescentou, antes de apresentar suas condolências às famílias das vítimas.

Autoridades americanas também afirmam que a causa da queda foi um míssil, porém, analistas de inteligência ainda não podem afirmar quem teria sido o autor do disparo.

Veja os 10 principais casos de aviões civis abatidos na história:

14 de junho de 1940
: o primeiro registro de abatimento de avião na história aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial, em junho de 1940. A aeronave Kaleva OH-ALL, que pertencia a transportadora finlandesa Aero O/Y, foi bombardeada por torpedeiros do Exército soviético. O avião saiu do aeroporto de Tallinn, na Estônia, e tinha como destino o terminal de Helsinki-Malmi, na Finlândia. Nove pessoas estavam a bordo, sendo sete passageiros e dois tripulantes. Todos morreram.

A Finlândia havia sido invadida pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em novembro de 1939, depois de rejeitar as demandas territoriais feitas pela URSS, na chamada "Guerra de Inverno". O conflito entre as duas nações terminou momentaneamente em 12 de março de 1940, quando os finlandeses assinaram um tratado de paz, cedendo 10% do seu território, e 20% de sua capacidade industrial aos soviéticos.

O ataque ao avião finlandês, em junho do mesmo ano, determinou a entrada da Finlândia na guerra, ao lado dos alemães. 

3 de março de 1942: a aeronave PK-AFV, operado pela empresa KNILM, das antigas Índias Orientais Holandesas (atual Holanda), foi abatido sobre a Austrália, pela Marinha Imperial Japonesa. O ataque aconteceu próximo a cidade de Carnot Bay, na Austrália, e o piloto Ivan Smirnov foi obrigado a realizar um pouso forçado sobre uma praia. Doze pessoas estavam a bordo, quatro delas morreram e oito sobreviveram.

O avião transportava nove refugiados da invasão japonesa em Java - ilha localizada na Indonésia - e mais de US$ 20 milhões em diamantes. A aeronave tinha como destino a região de Broome, que abrigava holandeses e seus aliados durante a Segunda Guerra Mundial. Acredita-se que os diamantes tenham sido roubados, embora ninguém tenha sido condenado pelo crime.

1º de junho de 1943: o voo 777 da empresa British Overseas Airways Corporation - companhia aérea estatal britânica - foi atacada por oito aviões alemães em junho de 1943, durante a Segunda Guerra Mundial. O avião partiu do aeroporto da Portela, em Portugal, e seguia para o aeroporto de Whitchurch, na Inglaterra, mas foi atingido próximo ao Golfo da Biscaia, entre as costas da França e da Espanha. As 17 pessoas que estavam na aeronave morreram, incluindo o ator inglês Leslie Howard, que teve destaque em sua atuação no filme Gone with the Wind (E o Vento Levou).

Existem diversas teorias sobre o ataque. Uma delas dá conta de que os alemães acreditavam que o primeiro ministro britânico Winston Churchill estava a bordo. Outra diz que a aeronave foi atingida porque vários passageiros, incluindo Howard, eram espiões britânicos. O que se sabe é que a rota traçada pelo avião era frequentemente utilizada para levar prisioneiros de guerra à Grã-Bretanha.

27 de julho de 1955: uma aeronave modelo Lockheed L-049 Constellation, da companhia aérea israelense El Al, foi abatida perto de Petrich, na Bulgária, em julho de 1955. O avião partiu do aeroporto de Heathrow, em Londres, e tinha como destino o aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv. Cinquenta e oito pessoas estavam a bordo e morreram após a aeronave ser derrubada por dois caças búlgaros.

De acordo com o Exército da Bulgária, o avião israelense não obedeceu a ordem de retirada do território aéreo búlgaro e, por isso, foi derrubado. No entanto, os israelenses alegam que não puderam participar das investigações do ataque.

O incidente aconteceu em meio a relações tensas entre os blocos Socialista e Capitalista, durante a Guerra Fria. As nações interpretaram como uma provocação grave por parte do bloco rival, visto que os búlgaros apoiavam os socialistas, liderados pela União Soviética, e o recém-criado Estado de Israel era aliado da França e do Reiuno Unido, que integravam o bloco capitalista.

21 de fevereiro de 1973: na década 1960, nenhum ataque aéreo a aviões civis foi registrado. No entanto, em 1973, um Boeing 727 da companhia Libyan Arab Airline rumava do Aeroporto Internacional de Trípoli, na Líbia, para o Aeroporto Internacional de Cairo, no Egito, mas entrou no espaço aéreo de Israel devido ao mau tempo e a uma falha nos equipamentos de localização. O avião foi derrubado por caças israelenses sobre sobre o deserto do Sinai - uma península montanhosa localizada no Egito. Segundo as autoridades, o avião se recusou a aterrissar. Morreram 108 das 113 pessoas a bordo.

27 de junho de 1980: o voo 870 da companhia aérea italiana Itavia, caiu no mar Tirreno entre as ilhas de Ponza e Ustica, matando todas as 81 pessoas que estavam a bordo. A aeronave havia saído do aeroporto Guglielmo Marconi, em Bologna, e tinha como destino a o aeroporto Falcone-Borsellino, em Palermo.

O desastre gerou inúmeras investigações, ações judiciais e acusações, incluindo alegações de conspiração por parte do governo italiano. Inclusive, o ex-presidente italiano Francesco Cossiga atribuiu a causa do acidente a um míssil disparado pelo exército francês. Todavia, a Justiça da Itália concluiu que não haviam provas suficientes de que o voo foi derrubado por um míssil. Até hoje, as responsabilidades e as circunstâncias da catástrofe não foram estabelecidas.

1º de setembro de 1983: um Boeing 747 sul-coreano, que pertencia a empresa Korean Airlines (KAL) foi derrubado por um caça soviético sobre a ilha de Sakhalin, localizada no extremo oriente russo, depois de ter se afastado de sua rota - o avião seguia do Aeroporto Internacional de Anchorage, no Alaska, para o Aeroporto de Gimpo, na Coréia do Sul. Os 269 passageiros e tripulantes morreram.

Inicialmente, os soviéticos negavam o ataque, mas, cinco dias depois da derrubada, reconheceram a sua responsabilidade sob pressão internacional e depois de uma condenação do Conselho de Segurança das Nações Unidas. A União Soviética alegou que a aeronave estava em uma missão de espionagem.

Esse foi um dos momentos mais tensos da Guerra Fria. Além disso, o incidente foi um dos motivos que levaram o governo de Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos à época, a permitir o acesso mundial ao sistema utilizado pelo norte americano, o GNSS - atualmente conhecido como GPS.

3 de julho de 1988: um Airbus A-300 da companhia aérea iraniana Iran Air, que voava entre Bandar Abbas, no Irã, e Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, foi abatido logo após sua decolagem por dois mísseis disparados a partir de uma fragata americana (USS Vincennes) que patrulhava o Estreito de Hormuz - entre a costa norte do Irã e a costa sul dos Emirados Árabes Unidos. Todos que estavam a borda morreram - 290 pessoas, sendo 66 crianças.

A tripulação do USS Vincennes alegou ter confundido o Airbus com um caça iraniano. O governo da República Islâmica do Irã, recebeu dos Estados Unidos uma indenização de US$ 101,8 milhões.

4 de outubro de 2001: um avião modelo Tupolev-154, da companhia aérea russa Sibir, que voava de Tel Aviv, em Israel, para Novosibirsk, na Sibéria, explodiu quando sobrevoava o Mar Negro, a menos de 300 km da costa da Crimeia, no sul da Ucrânia. Todos os tripulantes e passageiros da aeronave morreram: 78 pessoas, sendo a grande maioria israelenses.

Uma semana depois do incidente, Kiev reconheceu que o desastre tinha sido causado pelo disparo acidental de um míssil ucraniano. Mas apenas em 2003, foi assinado um acordo de compensação entre os governos da Ucrânia e de Israel - o valor não foi informado.

23 de março de 2007: o último ataque a uma aeronave civil confirmada foi em março de 2007. Um avião Ilyushin, pertencente à companhia aérea bielorrussa TransAVIAexport Airlines, foi atingido por um foguete na periferia de Mogadíscio, capital da Somália, durante a Batalha de Mogadishu - confronto militar travado por forças dos Estados Unidos com apoio das Nações Unidas contra milicianos da Somália, ligados a Mohamed Farrah Aidid, principal líder de movimentos sanguinários e ex-presidente do país.

O avião transportava engenheiros e técnicos de Belarus que iam realizar reparos em outra aeronave, atingida por um míssil duas semanas antes. O governo da Somália nega o ataque e diz que o incidente foi acidental. As 11 pessoas que estavam na aeronave morreram.

* Zero Hora, com informações da AFP

Donetsk é uma cidade no leste da Ucrânia, capital de uma região com o mesmo nome. O município tem cerca de 1,5 milhão de habitantes e um dos mais importantes do país. A região, que é predominantemente pró-Rússia, protagoniza diversos ataques e é dominada há mais de dois meses por rebeldes separatistas - o conflito teve início em novembro passado, mas estourou em fevereiro deste ano.

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