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Mesmo diante do protesto de dezenas de funcionários, a reitoria e os conselheiros da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) decidiram, nesta quinta-feira, substituir a administração do Hospital Universitário (HU). Com a medida, cerca de 400 profissionais terceirizados deverão ser demitidos. Outros 400 devem ser mantidos, pois são concursados da Furg.
Os desligamentos deverão ocorrer de forma gradual, podendo durar até dois anos, e serão feitos na medida em que novos concursos públicos vão sendo abertos. Com isso, a universidade garante que o atendimento à população não ficará prejudicado.
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Segundo a assessoria de imprensa da Furg, a previsão é de que, a partir da nova gestão, o número de vagas no HU seja ampliado, passando de 600 funcionários, e o índice de leitos também poderá ser ampliado.
A Furg argumenta que a troca da Fundação de Apoio ao Hospital de Ensino do Rio Grande (Faherg), atual administradora do hospital, pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao governo federal, atende a exigências do Tribunal de Contas do Estado (TCU) e do Ministério Público (MP). Isso porque, legalmente, os serviços públicos não podem mais ter funcionários sem concurso público.
Além disso, a universidade diz que, mesmo sendo opcional, a não aderência à Ebserh pode acarretar em perda de recursos federais, já que o órgão foi criado em 2011 justamente para gerir os hospitais universitários do país.
No Rio Grande do Sul, segundo a Ebserh, apenas a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) tem contrato assinado e está sendo operada pela empresa, mas outras universidades já teriam firmado um termo de adesão. Após esta etapa, que a Furg deve encaminhar na próxima semana, pode demorar cerca de um ano até que o contrato seja efetivado, pois são necessários estudos de dimensionamento e outras etapas burocráticas.
Procurados por ZH, os funcionários da Faherg e o Sindicato dos Empregados do Serviço de Saúde de Rio Grande não atenderam ao contato. Segundo informações da Rádio Gaúcha, os funcionários terão uma assembleia na segunda-feira, quando será decidido se o grupo entrará em greve.