
O ex-médico Roger Abdelmassih, preso nesta terça-feira, estava devendo o aluguel da casa em que vivia escondido havia três anos e meio em Assunção, no Paraguai. Ele pagava US$ 5 mil por mês pela casa no número 1976 da Rua Guido Spano, na Villa Morra, um bairro de classe alta na capital paraguaia. Abdelmassih foi condenado em 2010 a 278 anos de reclusão por crimes de estupro e atentado violento ao pudor contra então pacientes e uma funcionária de sua clínica de fertilização. Administrador da imobiliária Saturno, Miguel Portillo, disse que alugou a casa há quase quatro anos para um homem que se identificou como Ricardo Galeano. Era essa a identidade falsa que Abdelmassih usaria no Paraguai. Inicialmente, o aluguel era de US$ 3,8 mil, mas com o passar dos anos, foi reajustado para os atuais US$ 5 mil por mês.
A casa pertence, segundo Portillo, a um espanhol. Ele não soube especificar quantos aluguéis Abdelmassih estava devendo. Ainda de acordo com ele, a mulher do ex-médico, Larissa Maria Sacco, identificava-se como Lara Sacco.
- Ela nunca assinava os papéis; era sempre o Ricardo (Abdelmassih) - disse.
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O casal vivia em Assunção e se dava bem com os vizinhos. A empregada de uma vizinha disse que o casal costumava passear com as crianças na rua e frequentava à noite o restaurante Uvaterra, na esquina da Rua Guido Spano. Abdelmassih e Larissa mantinham ainda uma babá, que cuidava dos meninos.
Virgílio Carmona, morador de uma casa em frente à alugada pelo ex-médico, confirmou que o foragido morava ali havia mais de três anos. Abdelmassih usava um carro da marca Kia para se locomover pela cidade.
- Eu não os conhecia bem - disse Carmona.
O casal contribuía com 650 mil guaranis (cerca de R$ 500) por mês para pagar o salário do vigia da rua.
A mulher do médico deixou a casa na noite passada. Antes, prometeu ao administrador da imobiliária que voltaria a Assunção em 10 ou 15 dias para quitar a dívida. Pela manhã, funcionários do local faziam uma faxina na casa.
- Não sabia que ele era uma pessoa condenada no Brasil. Vou pedir as chaves do imóvel de volta - afirmou Portillo.
