O EI pode ser detido e derrotado se for perseguido no Iraque e na Síria, afirmou nesta quinta-feira o general americano Martin Dempsey.
- Esta é uma organização que tem uma visão estratégica apocalíptica que eventualmente tem que ser derrotada. Pode ser derrotada sem nos voltarmos também para a parte dessa organização que está na Síria? A resposta é não - disse Dempsey.
O secretário americano de Defesa, Chuck Hagel, destacou que "eles aliam ideologia e uma sofisticação estratégica e tática de nível militar. São extremamente bem estruturados. Isso está além de qualquer coisa que já vimos".
O presidente francês, Francois Hollande, defendeu nesta quinta-feira uma ampliação da mobilização internacional para deter o Estado Islâmico.
- Isto não é apenas um grupo terrorista como conhecemos, disperso e com vários líderes; é uma organização terrorista que decidiu escravizar, aniquilar e destruir. Se o mundo não se organizar em relação a este grupo, teremos outras imagens horríveis - afirmou o francês ao propor uma conferência internacional "contra o Estado Islâmico e a favor da segurança no Iraque".
Nesta quinta-feira, o site GlobalPost, um dos empregadores de James Foley, de 40 anos, informou que o EI pediu um resgate de 100 milhões de euros (US$ 132 milhões) pelo jornalista.
"O diretor-geral do GlobalPost, Philip Balboni, confirmou que o primeiro resgate exigido pelos sequestradores de James Foley foi de 100 milhões de euros".
O jornalista trabalhava para o site quando foi sequestrado na Síria, em novembro de 2012.
O Pentágono revelou na quarta-feira ter lançado, sem sucesso, uma operação em julho para resgatar reféns americanos em poder do Estado Islâmico na Síria.
"No início deste verão (hemisfério norte), o presidente (Barack Obama) deu luz verde a uma operação destinada a resgatar cidadãos americanos sequestrados e detidos pelo Estado Islâmico na Síria", mas a operação falhou porque os reféns não estavam presentes" no local indicado pela inteligência americana, revelou o Pentágono.
Obama pediu na quarta-feira um esforço conjunto para eliminar o "câncer" do terror jihadista do Iraque e da Síria, e declarou que o mundo inteiro ficou chocado com a decapitação de James Foley, que foi filmada e divulgada na Internet por combatentes do EI.
- É preciso haver um esforço conjunto para extirpar esse câncer, para que ele não se espalhe. Deve haver uma rejeição clara a este tipo de ideologias niilistas.Uma coisa com a qual todos podemos concordar é que um grupo como o EIIL não tem lugar no século XXI - declarou Obama, citando a sigla utilizada anteriormente pelo grupo, que se identificava como Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL).
O Estado Islâmico controla cerca de 25% da Síria (45 mil quilômetros quadrados) e 40% do Iraque (170 mil quilômetros quadrados), um total de 215.mil quilômetros, segundo Fabrice Balanche, geógrafo especialista da Síria.
O "califado" se estende de Manbej, no norte da Síria perto da fronteira com a Turquia na província de Aleppo, em direção ao leste com toda a província de Raqa e grande parte de Hasakah e Deir Ezzor, até a localidade fronteiriça de Abu Kamal.
No Iraque, ele controla as regiões sunitas do oeste e norte, incluindo a cidade de Mossul.
*AFP